O Estado de S. Paulo

‘K.I.’ leva Dostoievsk­i ao palco

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Katerina Ivanovna é daquelas personagen­s miseráveis de Crime e Castigo, de Dostoievsk­i, como somente o escritor russo tinha capacidade de criar. Maltratada pelo primeiro marido, casa-se com Marmeladov, um bêbado que morre e a deixa sem dinheiro e com filhos – Katerina acaba por instigar uma das filhas a se prostituir para lhe dar dinheiro. A peça chama-se K. I. e chega ao palco do Sesc Ipiranga inspirada na personagem justamente no momento em que Katerina servirá um jantar pelo funeral de seu marido. O monólogo é levado pela atriz Ondina Clais, com direção de Ruy Cortez. Estreia em 13 de outubro. E, se for fiel à atormentad­a Katerina, a peça é promessa de fortes emoções. FESTIVAL CHINÊS LEVA OUTRO GRUPO BRASILEIRO Depois do grupo Sobrevento, agora é a vez de mais uma companhia brasileira seguir para a China na segunda quinzena de outubro. Desta vez é a Armazém Companhia de Teatro, liderada pelo diretor Paulo de Moraes e pela atriz Patricia Selonk, que encabeça o elenco da peça A Marca da Água ( Water Stain). Vão participar do Wuhzen Internatio­nal Theatre Festival, na província de Zhejiang. A montagem volta rapidament­e ao cartaz no Rio de Janeiro de 7 a 15 de outubro, na Fundição Progresso, para uma curta temporada e depois segue para a Ásia. Se estiver no Rio, vale assistir à peça – e por um bom motivo. É a mesma montagem que, em 2013, recebeu o Fringe First Award, durante o Festival de Edimburgo, na Escócia, um dos mais presti- giados eventos das artes cênicas no mundo.

PARA ZÉLIA E JORGE COM MUITO AMOR

A atriz Luciana Borghi (a moça na foto abaixo, em foto de Camilla Rios) começa a viver, a partir de amanhã, 29, um belo desafio: encarna a escritora Zélia Gattai em uma curta temporada de um mês no teatro Décio de Almeida Prado, no Itaim Bibi. Na Casa do Rio Vermelho” –

O Amor de Zélia e Jorge é uma peça escrita e dirigida por Renato Santos a partir de uma série de fatos narrados por amigos e parentes do casal de escritores, boa parte deles passados na casa em que moraram em Salvador. O que costura a pe- ça são as músicas, escolhidas a dedo. Detalhe: além das histórias, Luciana escolheu nove músicas para cantar em homenagem ao casal, mas especialme­nte para Zélia, que tinha predileção pelas guarânias.

TEATRO QUE OFUSCA NOSSOS OLHOS

Está chegando às livrarias uma obra de peso, literalmen­te, quase 400 páginas: Théâtre du Soleil – Os Primeiros Cinquenta Anos, de Béatrice Picon-Vallin, professora e pesquisado­ra de teatro na Soubonne Nouvelle – Paris 3. A obra fala sobre o teatro criado por Ariane Mnouchkine, destrincha seu método de trabalho e sua trajetória. Editado pela Perspectiv­a e Sesc Editora, custa R$ 129.

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CAMILLA RIOS
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JOÃO CALDAS FILHO Tormento. Ondina é Katerina

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