O Estado de S. Paulo

Temer tem a pior aprovação desde Sarney

Avaliação do governo caiu de 5% para 3% entre julho e setembro; 89% dos entrevista­dos desaprovam o presidente

- Renan Truffi Igor Gadelha / BRASÍLIA

A popularida­de do governo do presidente Michel Temer caiu, mais uma vez, entre julho e setembro deste ano e atingiu o nível mais baixo da série histórica, de acordo com pesquisa Ibope encomendad­a pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI) divulgada ontem. É a pior avaliação desde a redemocrat­ização do País. De acordo com a pesquisa, a aprovação do gover- no caiu de 5% para 3% nos últimos dois meses. A pior marca registrada na série histórica até então havia sido do governo do ex-presidente José Sarney (PMDB) entre junho e julho de 1889, quando a popularida­de de sua gestão foi de 7%.

Temer superou também o final do governo Collor, que registrou 12% em agosto de 1992, e o segundo mandato da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), que teve 9% entre junho e dezembro de 2015.

A avaliação negativa do governo também aumentou, passando de 70% para 77%, entre julho e setembro. No pior período do governo Sarney, a avaliação negativa foi de 64%. Com Collor, 59% em agosto de 1992 e 70% no governo Dilma, no final de 2015.

A aprovação pessoal de Temer também piorou. Na pesquisa, 89% dos entrevista­dos disseram desaprovar a maneira dele governar. Em julho, esse porcentual era de 83%. Já os brasileiro­s que aprovam caíram de 11% para 7% de julho para setembro. Outros 4% não sabem ou não respondera­m essa questão.

Confiança. A confiança da população no presidente também diminuiu nesse levantamen­to. Agora, apenas 6% dos entrevista­dos disseram confiar em Temer. Em julho, este número era de 10%. Ao mesmo tempo, o porcentual dos que não confiam no presidente aumentou de 87% para 92%. Outros 2% não sabem ou não respondera­m.

Sobre as perspectiv­as em rela- ção ao restante do governo, a situação também piorou. Em julho, 65% pensavam que o governo permanecer­ia como ruim ou péssimo, agora este número chegou a 72%.

Os que acreditava­m que o governo seria ótimo ou bom caiu de 9% para 6%. Já o número dos que classifica­m o governo de regular caiu de 22% para 17%. Outros 5% não souberam ou não respondera­m.

A pesquisa foi realizada de 15 a 20 de setembro. O levantamen­to ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos porcentuai­s para mais ou menos sobre os resultados encontrado­s no total da amostra. O nível de confiança utilizado na pesquisa é de 95%.

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