O Estado de S. Paulo

China fechará empresas da Coreia do Norte

Joint ventures chinesas com cidadãos norte-coreanos no exterior também serão encerradas, atendendo às recentes sanções da ONU

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O governo da China, principal aliado da Coreia do Norte, ampliou ontem a pressão contra o regime de Kim Jongun ao aplicar as novas sanções do Conselho de Segurança da ONU, aprovadas no dia 12 em razão da ampliação do programa nuclear norte-coreano.

O Ministério do Comércio chinês informou que empresas ou joint ventures da Coreia do Norte na China serão fechadas dentro de 120 dias, após as mais recentes sanções da ONU. “Joint ventures chinesas no exterior com entidades ou cidadãos norte-coreanos também serão encerradas”, disse o ministério em comunicado no seu site, sem dar um cronograma.

O Conselho de Segurança da ONU votou de forma unânime a ampliação dassanções­à Coreia do Norte depois de Pyongyang ter feito um grande teste nuclear elançado mísseis de longo alcance sobre território japonês, além de ter ampliado seu programa balístico. Com isso, exportaçõe­s de têxteis do país comunista foram proibidas e a importação de combustíve­is, limitada.

A resolução 2375 foi aprovada após o sexto teste nuclear da Coreia do Norte, no dia 3, o mais potente até hoje, que provocou um violento tremor sentido no nordeste da China. O regime norte-coreano disse que o bemsucedid­o teste foi de uma bomba de hidrogênio.

Foi anona resolução do Conselho de Segurança envolvendo sanções em razão dos programas de mísseis balísticos e nuclear da Coreia do Norte desde 2006.

“O objetivo das medidas é pressionar Pyongyang a deter seus programas de armas nucleares e de mísseis”, disse o Ministério do Comércio chinês em seu site. O texto diz que as empresas sem grandes lucros ficam isentas desta medida, assim como os projetos de infraestru­turas, que serão examinados “caso a caso”.

Pequim, responsáve­l por fornecer praticamen­te todo o petróleo consumido na Coreia do Norte, havia confirmado no sábado que limitaria drasticame­nte as exportaçõe­s de produtos petrolífer­os refinados ao país vizinho.

Em decorrênci­a do pacote de sanções anterior, a China proibiu, no fim de agosto, que empresas e cidadãos norte-coreanos estabelece­ssem novas empresas em seu território. Além disso, alguns bancos chineses começaram a rejeitar clientes norte-coreanos.

A China é a principal parceira comercial da Coreia do Norte e, tradiciona­lmente, o seu principal apoio político. No entanto, nos últimos meses, o país aceitou a aprovação de duras sanções contra Pyongyang por parte do Conselho de Segurança.

Além disso, os Estados Uni- dos e outros atores da comunidade internacio­nal seguem pedindo à China que aumente sua pressão sobre o regime de Pyongyang, tanto diplomátic­a quanto econômica.

Pequim, que assegura estar aplicando as sanções da ONU “em sua integridad­e”, defende uma retomada das negociaçõe­s de paz e propõe uma “dupla moratória”: a interrupçã­o simultânea dos testes balísticos e nucleares de Pyongyang e das manobras militares conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

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JUNG YEON-JE/AFP Seul. Pacifistas protestam contra o presidente Trump

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