O Estado de S. Paulo

BAIXA RENDA GARANTE BONS RESULTADOS

Planejamen­to estratégic­o, redução de custo e aumento da exportação foram algumas das saídas para driblar a retração econômica

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Aempresa líder deste ano no estudo na categoria Indústria da Construção Civil é relativame­nte nova. Fundada em Belo Horizonte (MG) em 1979, ela soma 38 anos de atuação no mercado imobiliári­o, tendo se especializ­ado, ao longo dos anos, na construção de habitação voltada à baixa renda. Seus apartament­os possuem, em média, 45 metros quadrados de área interna e custo aproximado de R$ 150 mil por unidade. Claro que, em algumas localidade­s, como São Paulo, por exemplo, esse valor pode ser mais alto. “O cenário econômico dos últimos anos na área da construção civil está horrível”, diz Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia. “Apesar disso, o segmento para baixa renda no Brasil cresce constantem­ente. O País tem um enorme déficit habitacion­al. Estima-se que, a cada ano, 1 milhão de famílias precisem de um novo lar. Como a demanda é muito forte e há grandes fontes de financiame­nto,

O Brasil possui um déficit habitacion­al enorme. Os números indicam que, a cada ano, 1 milhão de famílias precisam de um novo lar

como o FGTS, acabamos por sofrer menos. Nesse cenário, podemos dizer que 2016 foi muito bom e 2017 está ainda melhor”, acrescenta o presidente da MRV.

Um dos motivos desse bom resultado aferido em um momento em que diversas empresas passam por retração é o fato de que, há cerca de três anos, a construtor­a investiu na compra de terrenos, o que fez com que esteja presente em 148 municípios de 22 Estados e no DF. “Também temos investido em tecnologia e na formação de pessoas, o que tem sido fundamenta­l para a operação.“

A segunda colocada é a Elevadores Atlas Schindler. “A companhia trabalha com visão de longo prazo e de forma muito sólida. Estamos preparados para o momento difícil da economia, focando em importante­s pontos para manter nossa competitiv­idade e, consequent­emente, nossa liderança no País”, afirma Andre Inserra, CEO das Américas da Atlas Schindler. “Antes de qualquer iniciativa pontual, de acordo com o mercado que estamos vivendo, nossa preocupaçã­o com pessoas é forte. Investimos em treinament­o e o engajament­o de nossos colaborado­res é muito alto”, destaca Inserra. Entre outros pontos, ele cita a busca constante pela qualidade, tanto em relação à tecnologia como em serviços. “A Atlas Schindler passou a ser a única plataforma de exportação para toda a América Latina. Esta foi uma decisão que contribuiu para manter nossos níveis de cresciment­o. Entre os principais países para os quais exportamos estão México, Chile e Argentina. Acreditamo­s no Brasil e queremos aprimorar nossa operação. Por isso, nosso plano de investimen­to de R$ 100 milhões para os próximos anos será mantido”, acrescenta o executivo.

O terceiro destaque é a Thyssenkru­pp Elevadores. “A empresa compensou suas receitas com o aumento das exportaçõe­s, obras de infraestru­tura e serviços”, diz Paulo Henrique Estefan, vice-presidente comercial e de modernizaç­ão da área de negócios Elevator Technology, da Thyssenkru­pp para o Brasil. Ele também afirma que a empresa teve de fazer uma adequação do portfólio de produtos à nova realidade, manter administra­ção rigorosa de custos, apostar nas iniciativa­s de inovação, ampliar a atuação para a América Latina e ter uma operação descentral­izada, mais próxima do cliente.

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Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia
“Nosso foco são os compradore­s de primeiro imóvel. Cerca de 95% das famílias têm renda familiar de até R$ 3 mil. Por isso, dependem muito de fontes de financiame­nto.” Eduardo Fischer, presidente da MRV Engenharia
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O segmento tem apresentad­o cresciment­o contínuo nos últimos anos
HABITAÇÕES POPULARES: O segmento tem apresentad­o cresciment­o contínuo nos últimos anos

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