Iraque planeja tirar fronteiras de mãos curdas
Postos de controle serão retomados com ajuda do Irã e da Turquia, avisam militares do país
O governo do Iraque anunciou ontem que pretende retomar os controles de fronteira na região autônoma do Curdistão, em parceria com o Irã e a Turquia e em represália ao plebiscito sobre a independência curda realizado no começo da semana. Mais cedo, Bagdá fechou o acesso aéreo à região.
O Ministério da Defesa do Ira- que não deu detalhes de como vai tirar os postos de controle da Autoridade Regional Curda. Segundo a TV regional do Curdistão, o governo autônomo não entregará pacificamente os postos de controle.
Membros do Exército iraquiano estão do lado iraniano e turco da fronteira com o Curdistão, segundo a TV estatal iraquiana. Desde a votação, com apoio de iranianos, turcos e da comunidade internacional, o Iraque tem ameaçado a região autônoma com um pacote de sanções.
Voos. A primeira das medidas anunciadas foi implementada ontem, com o banimento de voos internacionais para o Curdistão, nos aeroportos de Irbil e de Suleimanya. Na parte da manhã, os estrangeiros correram para os dois aeroportos poucas horas antes da interrupção dos voos internacionais.
Uma aeronave da Turkish Airlines foi a última a decolar de Irbil, com destino a Istambul, e um avião da Iraqi Airways partiu de Suleimanya em direção a Dubai. A suspensão do tráfego internacional não vai afetar os voos de ajuda humanitária, militares e diplomáticos, segundo a diretora do aeroporto internacional de Irbil, Talar Faiq Saleh.
O Curdistão não demonstra vontade de ceder, mas pede diálogo. Ele rejeitou as decisões tomadas por Bagdá, denunciando uma punição coletiva. Os Estados Unidos, que têm boas relações com ambos os lados, pediram negociação, mas, no fim do dia, disseram não reconhecer o resultado do plebiscito.
Países vizinhos com minorias curdas, como Síria, Turquia e Irã, criticaram a votação. Os governos de Ancara e Teerã prometeram restringir laços comerciais com a região autônoma como forma de pressão.