‘O BRASIL FOI UM PESO PARA NOSSA INDÚSTRIA’
Com metade de suas exportações industriais destinadas ao Brasil, a Argentina conta com a retomada da economia brasileira em 2018 para acelerar seu crescimento, diz o ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne. O economista afirma que o Brasil “foi um peso” para a Argentina nos últimos dois anos e que uma estabilização política fará com que o Brasil volte a avançar. A seguir, trechos da entrevista ao Estado.
Quão importante é o Brasil para a retomada das exportações e do setor industrial argentino?
O Brasil é muito importante para a indústria argentina: 50% das nossas exportações manufatureiras vão para lá. O Brasil foi um peso para nossa indústria em 2015 e 2016. Em 2017, não vai somar nem subtrair. Acredito que, em 2018, o Brasil vai ajudar nossas exportações a continuar se recuperando.
A balança comercial com o Brasil está bastante desfavorável para a Argentina, sobretudo por causa das exportações de carros. Isso preocupa? Não. O mercado bilateral automotivo é regulado em um regime flex (para cada US$ 1,50 em mercadoria que o Brasil vende para a Argentina, o Brasil tem de importar US$ 1). Hoje, o acordo está em 2,30. O que ultrapassar tem de ser compensado nos próximos anos, ou a diferença terá de ser reparada. Confiamos que, com a recuperação do Brasil, em 2018 haverá um salto das exportações da nossa indústria automotiva para o País, para compensar em parte o descumprimento do flex deste ano.
Como o sr. vê hoje a situação econômica do Brasil?
O País passou por uma situação difícil e a recuperação atual está baseada na melhora dos fundamentos macroeconômicos. Com a estabilização política, a mudança de expectativa vai permitir liberar todo o potencial da economia brasileira. /