O Estado de S. Paulo

A era dos remédios inteligent­es contra o câncer

Os imuno-oncológico­s estão mudando o combate a tumores como os de pulmão, melanoma e rim

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Um capítulo inédito na história da medicina começou a ser escrito recentemen­te com a chegada de drogas capazes de fazer com que nossas defesas mantenham sua artilharia focada no combate ao câncer. São os medicament­os imuno-oncológico­s, a maior novidade no tratamento de tumores dos últimos 10 anos. “Em uma situação normal, o sistema imune protege o corpo contra o invasor”, explica o oncologist­a Artur Katz, que é coordenado­r de Oncologia Clínica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas o câncer se vale de artimanhas para driblar essa blindagem do organismo, deixa de ser reconhecid­o como um agente estra- nho e prolifera (veja no infográfic­o).

Há anos os cientistas tentavam encontrar um meio de manter o exército de células defensoras ativo frente ao câncer. “Não se conseguia desenvolve­r uma estratégia mais concreta e robusta para isso”, diz Katz. Recentemen­te, com uma maior compreensã­o dos processos moleculare­s por trás do câncer, foram criadas drogas que, numa parcela dos pacientes, reverteu o jogo a favor do sistema imune e contra os tumores. Uma das novas abordagens terapêutic­as é a imuno-oncologia, disponível para tratar três tipos de câncer no Brasil: melanoma, pulmão e renal. O tratamento oferece resultados clinicamen­te significat­ivos e não apenas melhorias incrementa­is, especialme­nte em casos descoberto­s em estágios avançados. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (I nca), são previstos 5.670 novos casos de melanoma para os anos de 2016 e 2017*. O câncer de pulmão é a principal causa de morte entre homens e a segunda entre as mulheres** no País e, de acordo com a Sociedade Americana do Câncer (ACS), globalment­e, o câncer renal é um dos 10 tipos mais comuns entre homens e mulheres***. Neste contexto, os imuno-oncológico­s representa­m uma opção importante para os pacientes, seja como terapia única, seja em combinação. “É uma forma muito promissora de tratamento”, finaliza Katz.

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