Fabricante indiana quer ampliar venda de motos de média cilindrada no Brasil
No País desde abril, a Royal Enfield, a mais antiga fabricante de motocicletas em atividade no mundo, vendeu 168 unidades na única loja em São Paulo. Fabricante de modelos de média cilindrada (de 350 cm ³ a 750 cm³), todas em estilo retrô, a marca britânica criada em 1901 e hoje controlada pela indiana Eicher Motors, quer ganhar espaço no Brasil, onde mais de 90% das vendas são de motos de baixa cilindrada. “Acreditamos que o segmento de médias é pouco atendido”, diz Arun Gopal, responsável por negócios internacionais da empresa. As motos custam de R$ 18,9 mil a R$ 24,5 mil.
Por que a Royal veio para o Brasil num momento de crise e queda nas vendas? Acreditamos que a economia local vai se recuperar, mesmo que leve algum tempo. Passamos três anos estudando o Brasil. Fizemos pesquisas com consumidores na rua General Osório (tradicional ponto de vendas de motos em São Paulo) para saber se conheciam a marca, visitamos Manaus para verificar processos de produção e levamos nove meses para homologar nossos produtos. Foi o processo mais longo de homologação que vi no mundo.
O que constataram?
É o único país onde vi pessoas usando moto de grande porte para ir ao trabalho. Lá fora é para lazer. Há, portanto, oportunidades. Queremos oferecer o veículo de acesso para quem quer uma moto maior, mas mais ágil no trânsito.
Em 2013 a marca veio ao País com importador independente e não deu certo.
Desta vez decidimos trazer uma subsidiária própria para importar as motos, es- tratégia antes adotada só para os Estados Unidos. O Brasil é um mercado muito importante e queremos estar aqui por muitas décadas.
Quanto a marca vende no mundo?
Em 2010, vendemos 50 mil motos, a maioria na Índia. Em 2015, foram 500 mil e, no último ano, mais de 600 mil. Temos fila de espera de um a dois meses no mercado indiano.
A produção é inferior à demanda? Temos duas fábricas na Índia, com capacidade produtiva de 666 mil motocicletas ao ano. Em 2018, vamos inaugurar a terceira filial e a capacidade subirá para 900 mil. Da produção total, 95% ficam na Índia, o maior mercado do mundo, com 16 milhões de vendas. Temos dois centros de desenvolvimento, na Índia e no Reino Unido. Apesar do design clássico, os produtos têm alta tecnologia. Há planos para novas lojas no País?
Sim, nos próximos anos.