O Estado de S. Paulo

Um tiroteio em massa por dia

- Cláudia Trevisan

Os EUA registram um caso de tiroteio em massa para cada dia do ano de 2017. O ataque de Las Vegas reacendeu o debate sobre controle de armas no país.

Omaior caso de violência em massa do governo Donald Trump não foi praticado por um imigrante ou um cidadão de um dos países de maioria muçulmana que foram alvo do veto de entrada nos EUA imposto pelo presidente logo depois de sua chegada à Casa Branca. O gatilho foi puxado por um americano branco de 64 anos. O presidente baseou sua campanha na retórica do medo, com a qual apresentav­a os Estados Unidos como um país sob ataque de forças externas, das quais deveria se proteger com um muro ou restrições à entrada de indivíduos nos Estados Unidos.

Apoiado pelo lobby da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), Trump é contra restrições ao porte de armas. Logo depois do massacre que deixou 50 pessoas mortas em uma casa noturna de Orlando, no ano passado, o presidente disse no Twitter que o número de vítimas teria sido menor se pessoas no local tivessem armas.

Tiroteios indiscrimi­nados se incorporar­am ao cotidiano dos americanos e se tornaram cada vez mais fatais. Mais de 50 pessoas morreram em Las Vegas, o que superou o recorde anterior, de Orlando. Em 2007, 32 pessoas foram assassinad­as na universida­de Virginia Tech. Cinco anos mais tarde, 27 pessoas morreram em um tiroteio em massa na escola primária Sandy Hook, entre as quais 20 crianças de 6 e 7 anos. Nenhum desses eventos foi suficiente para convencer o Congresso a aprovar restrições ao porte de arma.

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