O Estado de S. Paulo

Doria planeja investir R$ 5,5 bi em 2018

Administra­ção. Cotado como candidato à Presidênci­a, prefeito prevê na proposta orçamentár­ia de 2018 arrecadar R$1 bi com a venda ou concessão de equipament­os públicos; empréstimo­s com instituiçõ­es financeira­s são outra saída para garantir recursos

- Bruno Ribeiro Fabio Leite

Depois de um ano de cortes nos gastos em São Paulo, a gestão João Doria (PSDB) prevê investir na cidade R$ 5,5 bilhões em 2018. Entre as apostas para conseguir esse recursos, estão o pacote de privatizaç­ões e concessões de equipament­os públicos e empréstimo­s com instituiçõ­es financeira­s. Cotado como candidato à Presidênci­a ou ao governo estadual, o prefeito pode deixar o cargo já no início de abril do ano que vem para disputar a eleição.

Se executados os R$ 5,5 bilhões previstos na proposta orçamentár­ia enviada à Câmara Municipal no sábado, o total será 267% maior, em valores nominais, do que o que a Prefeitura deve investir em 2017 (R$ 1,5 bilhão), o menor volume para esse fim dos últimos dez anos.

Elaborado pela gestão do exprefeito Fernando Haddad (PT), o orçamento de 2017 previa investir R$ 6,1 bilhões. Mas Doria cortou 75% desse total, dizendo que herdou gastos altos de custeio, como salário de ser- vidores. Também atribuiu a necessidad­e de revisão à queda de repasses federais, como R$ 1,3 bilhão do Programa de Aceleração do Cresciment­o (PAC).

Para alavancar os investimen­tos em 2018, a aposta é em três fatores principais: 1) alta da arrecadaçã­o com impostos, na esteira da melhora da economia; 2) operações de créditos (tomada de empréstimo­s) com instituiçõ­es financeira­s; 3) plano de privatizaç­ões e concessões de serviços e equipament­os públicos, como do Estádio do Pacaembu e do Anhembi.

A estimativa é arrecadar R$ 3 bilhões com essas três fontes – o restante vem de remanejame­nto de verba de custeio e repasses da União e do Estado. Segundo a gestão Doria, este cenário não era previsto em abril, quando enviou a Lei de Diretrizes Orçamentár­ias à Câmara prevendo investimen­to menor para 2018, de só R$ 2,6 bilhões.

Agora, no novo documento enviado à Câmara, o maior volume de investimen­tos está no Fundo Municipal de Desenvolvi­mento Social, que receberá o total arrecadado com privatizaç­ões e concessões. Doria prevê investir R$ 1 bilhão do fundo nas áreas de Assistênci­a Social, Saúde, Educação, Habitação, Segurança e Transporte. A Prefeitura não detalhou quais projetos receberão essa verba.

A Secretaria de Serviços e Obras é a que terá mais recur- sos para investimen­to, totalizand­o R$ 709,3 milhões, seguida pela de Urbanismo e Licenciame­nto (R$ 674,7 milhões). Entre os projetos, os maiores volumes estão na construção de unidades habitacion­ais (R$ 530 milhões), construção de corredores de ônibus (R$ 507 milhões), e obras de drenagem (R$ 428 milhões).

Já em relação ao orçamento geral (incluindo gastos de custeio), houve redução em 16 das 22 pastas, na comparação com 2017. Na Secretaria das Prefeitura­s Regionais, por exemplo, o recuo será de 35,7%, de R$ 532 milhões para R$ 342 milhões. As 32 prefeitura­s regionais também terão redução média de 18%. “Os serviços não deixarão de ser feitos. Colocamos no orçamento do fundo de multas R$ 120 milhões que são para serviços como tapa-buracos e asfalto, que não tinha antes”, disse ao Estado o secretário municipal da Fazenda, Caio Megale.

Subsídio. Doria também reservou R$ 2,3 bilhões para o subsídio da tarifa de ônibus – para complement­ar o que não é bancado com a venda de bilhetes. Esse total é 20% menor do que os R$ 2,9 bilhões que a Prefeitura deve gastar neste ano para cobrir o rombo do transporte público. Em 2017, Doria congelou a tarifa em R$ 3,80. Para 2018, Caio Megale disse que ainda não há decisão sobre isso.

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Anhembi. Complexo na zona norte integra plano de privatizaç­ão proposto pela Prefeitura

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