O Estado de S. Paulo

Parecer dá aval a candidatur­as avulsas no País

- / B.B.

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, enviou ontem parecer ao Supremo Tribunal Federal no qual defende a possibilid­ade de que haja candidatur­as avulsas nas campanhas eleitorais no Brasil. A Corte julga amanhã se pessoas que não são filiadas a partidos podem disputar eleições. Em parecer, Raquel sustentou que, com base no Pacto de São José da Costa Rica e por ausência de proibição constituci­onal, é possível haver candidatur­as avulsas no sistema eleitoral brasileiro.

O pacto, firmado na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 e ratificado pelo Brasil em 1992, prevê a todo cidadão a possibilid­ade de “votar e ser eleito em eleições periódicas”. Prevê também que o cidadão deve “ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país”.

A discussão no STF se dará em questão de ordem proposta pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator de ação movida pelo advogado Rodrigo Mezzomo. Em 2016, ele lançou candidatur­a independen­te à prefeitura do Rio, mas teve o registro negado em todas as instâncias, incluindo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tem prevalecid­o até agora o entendimen­to de que a Constituiç­ão exige a filiação partidária para candidatur­as.

A pauta do Supremo nesta semana é voltada para questões eleitorais, a fim de solucionar os casos a tempo de as regras serem aplicadas nas eleições de 2018.

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