O Estado de S. Paulo

Route 91 Festival, a ‘festa do pijama’ que acabou em pesadelo

- / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZ­OU

As pessoas o chamavam de “festa do pijama de néon”. Route 91 Festival, três dias de música country em um espaço de 60 mil metros quadrados em Las Vegas. Você poderia levar as crianças, mas nada de ursinho de pelúcia ou fogos de artifício. Você poderia beber e depois dormir em um estacionam­ento para motorhomes a US$ 45 por noite. Ou quem sabe no Mandalay Bay Resort, ao lado, onde no domingo um homem armado assistia tudo do 32.º andar. Luke Bryan, o rei do country, dizia que o Route 91 era um “parque de diversões para adultos”. A programaçã­o deste ano estava cheia de estrelas. Eric Church tocou na primeira noite. No sábado, foi a vez Sam Hunt, a “maior promessa do country desde Taylor Swift”. Mas a terceira noite não terminou.

Sexta-feira. Um casal ficou noivo recitando a letra de Make You Mine, de High Valley, enquanto ventilador­es sopravam água na multidão sob o sol de Nevada. O campeão olímpico Michael Phelps abraçou sua mulher. Eles tinham saído do Arizona para curtir o festival. Ao cair da tarde, a plateia cobriu o campo em frente ao palco principal. “Para ficar na história”, escreveram os Brothers Osborne no Twitter. Quando Church subiu ao palco para o grande show da noite, uma caveira surgiu no tambor da bateria atrás dele.

Sábado. Para o músico Bobby Bones, o Route 91 foi “provavelme­nte o melhor festival de música country do ano”, parecia uma reunião de família dos artistas de Nashville. Quando tomou o palco, Bones extraiu uma energia única da multidão e do lugar extraordin­ário – bem no meio da cidade. “Foi uma das multidões mais animadas que já vi”, ele disse.

Domingo. Taylor Benge, de 21 anos, ficou tomando margaritas e vodca com Red Bull. Na verdade, ele nem gostava de música country, mas enfrentava o término de um namoro e o festival era uma boa distração. Ele estava lá, tomando uns goles, quando a banda de Kane Brown deu lugar a Big & Rich e aos últimos atos do fim de semana. Quando Benge ouviu os primeiros estampidos, achou que fossem fogos de artifício. Jason Aldean estava nos primeiros acordes de When She Says Baby quando começaram os disparos. “É tiro?”, pensou. Aldean correu para longe do palco, assim como outros artistas e espectador­es – fugindo e gritando, caindo e morrendo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil