O Estado de S. Paulo

‘Estamos acostumado­s a outro tipo de violência’, diz brasileiro

Brasileiro­s que estavam em Las Vegas durante o ataque relatam momentos de tensão e desespero nas ruas

- Renan Fernandes Ana Niederauer

Brasileiro­s que estavam em Las Vegas no momento do ataque a tiros relataram momentos de tensão ao Estado. Fabiano Rodrigues, engenheiro de TI, em Las Vegas a trabalho, presenciou a correria nas ruas. “Foi um horror, pessoas em pânico, chorando muito. No Brasil, es- tamos acostumado­s com um outro tipo de violência, como assalto. Aqui em Las Vegas andamos tranquilos e nunca pensaria que pudesse acontecer uma tragédia dessa”, contou.

Fabiano estava hospedado no Excalibur Hotel and Cassino, a 500 metros do Mandalay, de onde o atirador fez os dispa-

Itamaraty

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou ontem que não havia brasileiro­s entre as vítimas no ataque em Las Vegas. O governo brasileiro “condenou o ato de violência”. ros. “Até agora (8h15 hora local, 12h15 em Brasília) não saí do quarto, não tomei café. Há outros brasileiro­s que estão aqui em Las Vegas para o mesmo evento que irei participar. Estamos nos comunicand­o via WhatsApp e ninguém saiu do hotel. Está tudo fechado na cidade”, relatou.

Ele disse que, na noite anterior, saiu para jantar e estava andando na rua quando começou a ouvir rajadas de tiros. Perguntou para um policial o que estava acontecend­o e, após alguns segundos, começou a correria de pessoas nas ruas. Segundo ele, a polícia não parecia ter controle da situação.

Dona de uma agência de viagens, Aline Cabalchini estava com outras duas amigas caminhando pela Avenida Las Vegas quando foi informada do ataque. “Chegamos aqui ontem e como Las Vegas é uma cidade noturna, assim como as outras da região, decidimos dar uma caminhada, por volta das 23 horas (3 horas em Brasília). Quando entramos em uma loja, um atendente brasileiro avisou que um cara estava atirando pela cidade e recomendou que voltássemo­s para o hotel.”

Depois disso, a brasileira conta que encontrou com uma multidão correndo pelas ruas e teve de se esconder em um bar. “Lá eles nos enviaram para o segundo andar e pediram para todo mundo ficar abaixado. O pessoal explicou que era para fazer silêncio para, caso o atirador passasse, ele pensar que estava tudo fechado.”

O jornalista brasileiro Diego Ribas, que desde julho de 2014 mora em Las Vegas, explicou que as informaçõe­s confusas nas primeiras horas da tragédia deixaram a situação ainda pior.

“Por cerca de duas horas teve muita informação desencontr­ada. Apenas com o primeiro comunicado oficial que pudemos ter uma real dimensão do que estava acontecend­o”, diz.

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ETHAN MILLER/AFP Socorro. Voluntário­s recorrem ao que podem para ajudar

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