Irã pode afastar EUA de aliados europeus
Adecisão de Donald Trump de revogar a certificação do acordo nuclear com o Irã pode causar divisão entre os EUA e seus aliados europeus. Nenhum dos três – Grã-Bretanha, França e Alemanha – acredita que o Irã esteja descumprindo o acertado e cada um deles disse que não renegociará o acordo. A imposição de sanções dos EUA afe- tará bancos que fazem negócios no Irã, o que influenciará empresas desses países e seria considerado um ato inamistoso.
A antipatia republicana de longa data em relação ao acordo voltou para assombrar seus criadores. Os negociadores previam a chegada de um presidente americano que justificaria continuar nele, desde que o Irã cumprisse as suas obrigações, e não um adversário duro que tenha considerado o acordo um “constrangimento”. A cláusula de reversão em 60 dias foi planejada para punir o Irã rapidamente no caso de violação do acordo e não prevê uma violação da parte dos EUA. Os europeus ficaram frustrados com o que consideram uma visão equivocada sobre o que diz o acordo e ao que ele se destinava. Enquanto Trump e outros críticos dizem que o Irã obteve um “reembolso” de US$ 100 bilhões, os europeus alegam que o dinheiro pertencia ao Irã e estava congelado em bancos ocidentais sob sanções.
Trump deve fazer um discurso na próxima semana, anunciando sua decisão. Pessoas familiarizadas com o caso dizem que ele não certificará que o Irã está honrando seus com- promissos e declarará que manter o acordo não é mais do interesse dos EUA. Nada deve ocorrer imediatamente, pois a decisão será passada para o Congresso. Nesse caso, o Irã poderia declarar que os EUA violaram o acordo, uma afirmação da qual os europeus acreditam ser difícil de discordar. Isso os colocaria do mesmo lado que os outros dois signatários – China e Rússia – que apoiarão o Irã, deixando os EUA isolado.