O Estado de S. Paulo

Montadoras reduzem licenças

Em 2015, 46 mil funcionári­os do setor automotivo estavam com contratos suspensos, jornada reduzida ou de férias coletivas; agora são 5,8 mil

- Cleide Silva

• Em 2015, 46 mil funcionári­os do setor automotivo estavam com contratos suspensos, jornada reduzida ou em férias coletivas. Atualmente, são 5.831.

A indústria automobilí­stica, um dos setores que começaram a recuperar empregos, tinha no final de 2015 cerca de 46 mil funcionári­os com restrição de atividades (contratos suspensos, férias coletivas e jornada reduzida). Hoje, estão nessa situação 5.831 trabalhado­res, número que é reduzido mês a mês.

De janeiro a agosto a produção do setor cresceu 27% em relação a igual período de 2016, e soma 1,986 milhão de veículos. Nas fábricas de tratores a alta foi de 20,3%, para 43,9 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea).

Além de levar de volta para as fábricas a maioria do pessoal que estava em licença forçada, e de retomar a jornada de cinco dias por semana, as montadoras contratara­m 1,65 mil pessoas nos últimos 12 meses e têm hoje 126,3 mil funcionári­os.

Nos últimos meses, as fabricante­s General Motors, MAN Latin America, Nissan e Scania anunciaram contrataçõ­es, mas parte das novas vagas ainda não aparece nas estatístic­as, pois do anúncio até a efetivação de pessoal leva algum tempo.

O setor, contudo, está longe do quadro recorde do fim de 2013, de 157 mil funcionári­os, número que, na visão de especialis­tas, não deverá se repetir em razão das reestrutur­ações feitas nas fábricas ao longo do período da crise. Houve encolhimen­to de linhas produtivas e aquisição de equipament­os, entre os quais robôs. Além disso, apesar da alta na produção, as fábricas ainda operam com elevada ociosidade.

O setor de autopeças também começou a reagir, após 22 meses seguidos de taxas negati- vas no saldo de empregados. Em maio, o dado passou a ser positivo em 0,59%, passando a 0,29% em junho e 1,68% em julho, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componente­s para Veículos Automotore­s (Sindipeças), que não divulga números parciais. De 2013 a 2016 o setor eliminou 57,8 mil postos de trabalho.

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