O Estado de S. Paulo

Estava cercada de pessoas que empreendem

- Juliana Furtado Haddad, 24 anos, empresária

Passei em Administra­ção Pública em uma faculdade particular (em São Paulo), mas achei o curso muito engessado. Tinha aula das 8 às 18 horas e não dava para pegar um estágio. No meio de 2014, comecei a fazer o processo para mudar (para a graduação no exterior). Fiquei seis meses me preparando para as provas. Fazia aulas seis vezes por semana e era bem puxado. O processo seletivo é muito diferente. No Brasil, você tem de decorar perguntas e respostas, e o processo não mede suas atividades extracurri­culares. Então, não importa se você toca piano e faz um trabalho voluntário. Lá, avaliam como você é como pessoa, o seu caráter. E essa diferença está presente no dia a dia.

Em janeiro de 2015, fui para a New York University (NYU) para fazer Economia e Política. Dá vontade de chorar de quão felizes foram esses primeiros meses lá. O curso não era engessado e eu podia estudar disciplina­s como Física e Antropolog­ia. Descobri uma paixão por Física que jamais teria descoberto se não pudesse sair da caixinha.

Os professore­s de lá eram incríveis. Os daqui também são muito bons, mas a universida­de lá é mais livre. Eu tinha tempo para trabalhar, e trabalhei com o meu negócio. No fim do primeiro ano, decidi abrir a minha empresa, um aplicativo de transferên­cia de dinheiro. Lá, eu estava cercada por pessoas que empreendem, e isso não acontecia aqui.

Agora, tenho uma holding para desenvolve­r aplicativo­s e estamos com seis projetos. Ainda quero estudar fora: penso fazer o MBA (Master Business Administra­tion) em Stanford (na Califórnia) daqui a uns dois anos.

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