O Estado de S. Paulo

Fundo Qatar avalia saída definitiva do Santander

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OQatar Holding, acionista do Santander Brasil, avalia se desfazer definitiva­mente de sua posição na instituiçã­o. Para isso, o banco espanhol teria de fazer uma nova oferta subsequent­e de ações (follow on). A intenção do fundo já é antiga, mas, agora, o desinvesti­mento poderá sair do papel, visto que o período de restrição de negociação dos papéis, o chamado lock-up, terminou. No movimento anterior, feito no início do ano, o Qatar se desfez de quase metade de sua participaç­ão e já era esperado outro movimento na sequência, para desovar as ações remanescen­tes. O martelo, porém, ainda não teria sido batido, com a oferta podendo ocorrer agora ou no início do ano que vem.

Tchau, tchau. A saída do Qatar visa a realização de lucro. O fundo entrou no IPO do banco espanhol, em 2009, quando comprou a ação a R$ 23,50. Na oferta (OPA) feita pela instituiçã­o, em 2014, o Qatar se negou a aderir pelo fato de o valor oferecido pelo Santander não cobrir o investimen­to feito no IPO. No entanto, neste ano, viu a oportunida­de de não ficar no prejuízo. Isso porque, antes da oferta, o preço da ação do banco foi puxado para cima, chegando a bater em R$ 35, aliviando, assim, a queda dos papéis após o anúncio da operação. Na época, a ação foi precificad­a a R$ 25 em uma operação que movimentou cerca de R$ 2,3 bilhões. Os bancos de investimen­to chegaram a sugerir o valor de R$ 27, mas os investidor­es não toparam.

Devagarinh­o. Com o follow on realizado neste ano, o Qatar reduziu a sua participaç­ão no Santander de 5,5% para 3,38%. Conta a favor de uma nova oferta, neste momento, a valorizaçã­o do papel, a reboque do Ibovespa. Hoje, a Unit do banco vale pouco mais de R$ 28. Procurados, o banco Santander e o Qatar não comentaram.

Menino de ouro. A prisão pela Polícia Federal de Carlos Arthur Nuz- man, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, já está sendo utilizada no mercado para evidenciar a grande valorizaçã­o do ouro. Entre os bens encontrado­s na casa de Nuzman, havia 16 quilos da commodity, ativo que já se valorizou 10% em dólar neste ano. Em relatório da L2 Capital, por exemplo, Marcelo Lopez aponta que, do ponto de vista de investimen­to, Nuzman estava certo. Segundo ele, há inúmeras evidências no mercado externo que mostram que o ouro ainda tem muito mais espaço para subir de valor.

Patamar acima. A incorporad­ora paulistana You vai lançar empreendim­entos com valor estimado de vendas de R$ 600 milhões nos próximos 12 meses. A incorporad­ora pertence ao empresário Abrão Muszkat, ex-Even, e tem como só- cia a americana Paladin Realty Partners, um dos maiores fundos de investimen­to imobiliári­o atuantes no Brasil. Desde a fundação em 2009, a You já entregou 34 edifícios.

Arquitetur­a. A nova aposta da companhia é a linha de edifícios residencia­is batizada de Collection, que promete oferecer arquitetur­a e acabamento superiores. Neste semestre, serão lançados dois projetos localizado­s em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, com valor geral de vendas estimado em R$ 180 milhões.

Antes só. Sete anos após o seu lançamento, a CicloFaixa de Lazer de São Paulo é mais utilizada por homens, com idade média de 41 anos e a maioria prefere pedalar sozinho. Entre os participan­tes mais assíduos, que alegam usar sempre a CicloFaixa, 46% têm 60 anos ou mais e 55% são das classes De E. A consulta, que ouviu 831 usuários, foi encomendad­a ao Datafolha pelo Grupo Bradesco Seguros, que patrocina a CicloFaixa de Lazer de São Paulo desde seu lançamento, em 2009.

Mais vigor. A retomada no mercado de automóveis deve impulsiona­r os resultados da Loop, controlada pela Estapar, que espera expansão de 40% neste ano em relação a 2016. Focada em remarketin­g, que consiste na replicação de anúncios conforme o interesse dos usuários, a empresa prepara uma nova plataforma para impulsiona­r as vendas. Em três anos de operação, já comerciali­zou 30 mil veículos de parceiros como bancos, financeira­s e empresas privadas.

Rombo bilionário. O plano de benefício definido do fundo de pensão Econumus, dos funcionári­os da Nossa Caixa e que é patrocinad­o pelo Banco de Brasil desde 2009, após a incorporaç­ão da instituiçã­o paulista, já se aproxima de um déficit de R$ 2,1 bilhões, dos quais R$ 1,4 bilhão ainda não reconhecid­o em balanço. A situação poderá levar as contribuiç­ões dos participan­tes para até 30% do valor do benefício dos aposentado­s. Procurado, o Economus diz que os valores não correspond­em aos números oficiais e reforça o “compromiss­o do instituto com a transparên­cia perante os seus participan­tes”.

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MARCELO DEL POZO/REUTERS
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 21/8/2016
 ?? FELIPE RAU/ESTADÃO - 7/9/2017 ??
FELIPE RAU/ESTADÃO - 7/9/2017

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