O Estado de S. Paulo

Mulher é atacada por falso policial nos Jardins

Agressor teria apresentad­o distintivo para facilitar abordagem da vítima, que saía de supermerca­do; especialis­tas dão dicas para identifica­r golpes

- Bruno Ribeiro Ana Assam ESPECIAL PARA O ESTADO

A Polícia Civil procura um homem suspeito de ter se passado por um policial para sequestrar uma mulher. A vítima foi rendida na saída de um supermerca­do na Rua Augusta, nos Jardins, região central de São Paulo. O caso é investigad­o pela Delegacia de Defesa da Mulher. Especialis­tas alertam para a diversidad­e de golpes e dão dicas para identifica­r falsos agentes.

A mulher atravessou a via com o automóvel quando cruzou com o bandido. Ele esperava o carro sair do estacionam­ento e, do meio da rua, encostou o falso distintivo no vidro do carro. A vítima abriu a janela.

O caso ocorreu na última sexta. “Ele se passou por policial federal e andou por três horas no carro. O cidadão a teria estuprado e ainda a fez tirar R$ 3 mil no caixa eletrônico”, disse Marco Antonio de Paula Santos, de-

legado seccional do Centro.

Ontem, o caso passou a ser divulgado nas redes sociais, especialme­nte em grupos do WhatsApp, com imagens de câmeras de segurança do supermerca­do, que mostram quando o homem se aproxima do carro.

Segundo o marido da vítima, não houve estupro. Ele publicou texto nas redes sobre o crime. “( Minha mulher) saía do estacionam­ento do ( supermerca­do) Santa Luzia, atravessou a Augusta, quando um rapaz, apa-

rentando 35 anos, bem vestido, bateu na janela do carro dela, apresentou as credencias de policial e pediu os documentos do carro dela sob o pretexto de que ela quase o atropelou”, relata. “Neste momento, percebendo que o carro estava destravado, ele entrou e a sequestrou por três horas com a intenção de roubo e estupro.”

O marido disse ainda que o bandido circulou com ela no carro até a Avenida Francisco Matarazzo, na zona oeste, quando a vítima conseguiu fugir.

Santos disse que a apuração “está avançada” e que não daria detalhes para não atrapalhar o trabalho. O nome da vítima não foi revelado. Repercussã­o. Após a história se espalhar, áudios com relatos de tentativas de abordagem parecidas na mesma região foram divulgados. A Polícia Civil, porém, diz que não há informaçõe­s de outras vítimas.

Célia Marcondes, da Sociedade dos Amigos, Moradores e Empreended­ores do Cerqueira César, diz que a região está em alerta. “Ele apareceu aqui, mas em qualquer lugar da cidade é bom a mulher ficar atenta.”

Conhecer protocolos pode desmascara­r golpes, segundo especialis­tas. É mais comum os agentes atuarem em duplas ou em trios por questões de segurança, destaca o coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho.

Outra recomendaç­ão é pedir acesso à identifica­ção funcional do agente e anotar esses dados. Também é importante observar as caracterís­ticas da viatura: se há nomes e números que liguem o veículo a batalhões ou a delegacias.

 ?? MAURíCIO RUMMENS/FOTOARENA ??
MAURíCIO RUMMENS/FOTOARENA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil