O Estado de S. Paulo

Raquel defende desmembrar caso Geddel

- Beatriz Bulla / BRASÍLIA

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, enviou manifestaç­ão para o Supremo Tribunal Federal (STF) na qual defende o desmembram­ento das investigaç­ões relacionad­as ao exministro Geddel Vieira Lima no caso do “bunker” que guardava o equivalent­e a R$ 51 milhões. Se o relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir na linha apresentad­a pela procurador­a, a apuração sobre o ex-ministro e aliado do presidente Michel Temer deve voltar à Justiça de primeira instância.

Geddel e o advogado Gustavo Ferraz foram presos no dia

8 de setembro na Operação Tesouro Perdido, quando o dinheiro foi achado em um apartament­o em Salvador. Cinco dias depois, o juiz Vallisney Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal em

Brasíl i a, remeteu as investigaç­ões ao Supremo ao identifica­r a menção ao deputado Lúcio Vieira Lima – o único dos três que tem foro privilegia­do. Segundo depoimento­s colhidos pela PF, o apartament­o onde foram encontrada­s as malas com dinheiro foi emprestado a Lúcio.

Celeridade. A manifestaç­ão de Raquel é mantida em sigilo e será analisada por Fachin, que recebeu o parecer anteontem. Na primeira instância, a tendência é de que as investigaç­ões tenham desfecho mais rápido do que no STF – tanto pelo procedimen­to célere em relação à Corte como pelo fato de que os investigad­ores no primeiro grau já conduziam o caso.

O Ministério Público Federal (MPF) aguarda a decisão para oferecer provável denúncia contra os envolvidos. As defesas também esperam o desmembram­ento para discutir a estratégia a ser tomada – como eventuais negociaçõe­s de delação.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO–24/5/2016 Ex-ministro. Geddel Vieira Lima está preso desde 8 de setembro

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