O Estado de S. Paulo

Seleção parte para a Rússia cheia de gás

- Almir Leite Ciro Campos Leandro Silveira Robson Morelli

A seleção brasileira termina sua participaç­ão nas Eliminatór­ias como os brasileiro­s gostariam que terminasse a Copa do Mundo da Rússia, em primeiro lugar, sobrando em campo, com Neymar fazendo fila na marcação adversária e liderando uma equipe forte, talentosa e solidária. O Brasil parte para a Rússia cheio de gás e favorito.

Se Tite conseguiu nessas 15 partidas à frente do time mudar tudo e fazer da terra arrasada um terreno fértil e favorável para mais uma conquista mundial, a sexta, diga-se, também teve de se render ao talento, ginga e modo de ser de pelo menos meia dúzia de garotos abusados e de muita personalid­ade.

Aprenderam juntos e juntos mudaram a seleção. É dessa forma vão desembarca­r na Rússia em junho do ano que vem. A vitória por 3 a 0 sobre o Chile, ontem, no Allianz Parque, com público recorde do estádio do Palmeiras, 41.008, e renda de R$ 15 milhões, coroou campanha de tirar o chapéu. A torcida fez festa, tirou fotos e aplaudiu. Também pegou no pé de alguns chilenos, como Valdivia. Mas não houve nenhuma manifestaç­ão homofóbica, como vinha acontecend­o em jogos no Brasil.

Uma das maiores manifestaç­ões ocorreu quando o locutor do estádio anunciou gol do Equador diante da Argentina. Ele não se deu conta de que Messi estava em campo lá em Quito.

Brasil e Chile fizeram um primeiro tempo correto, sem grandes jogadas, de marcação forte no meio de campo e com Neymar atuando mais fixo pela esquerda. Tudo mudou na etapa final, quando os gols brasileiro­s saíram. Neymar assumiu sua função de maestro pelo meio antes de voltar para a beirada do gramado. Foi suficiente para tirar o zero do placar e conduzir a seleção à sua 12.ª vitória nas Eliminatór­ias Sul-Americanas.

Os gols foram marcados por Paulinho e Gabriel Jesus (dois), aos 9, 11 e 47 minutos respectiva­mente. O primeiro deles de rebote do goleiro Bravo. O segundo em combinação perfeita de Neymar e Jesus. E o terceiro sem goleiro, que estava na área do Brasil tentando o gol.

Fora da Copa, o Chile desandou a dar pontapés e a provocar. Mas até isso Tite conseguiu mudar no elenco. Apesar de um empurrão de Gabriel Jesus, ninguém caiu na armadilha. E a seleção foi aplaudida em seu último jogo no País antes da Copa.

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