O Estado de S. Paulo

Messi escreve seu capítulo mais feliz com a Argentina

Craque tinha história sofrida pela seleção, mas acaba com a descrença e tira o peso do país de seus ombros

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“Messi não deve um Mundial à Argentina. É o futebol que deve um Mundial à Messi”. Foi dessa maneira cerimonios­a que o técnico Jorge Sampaoli agradeceu a atuação de Messi, autor de três gols na vitória sobre o Equador por 3 a 1 e grande responsáve­l pela classifica­ção da Argentina ao Mundial.

Criticado ao longo de boa parte de sua passagem de 12 anos pela seleção, Lionel Messi conseguiu um tipo de redenção. Depois do choro convulsivo na decisão da Copa América do ano passado, na derrota por pênaltis para o Chile, quando amargou o terceiro vice-campeonato seguido, Messi saiu sorrindo do estádio de Quito. Não teve taça, mas foi quase um título.

A história de Messi na seleção é sofrida e merecia um capítulo feliz. Nas Copas do Mundo, ele perdeu em 2006, 2010 e 2014. Na Copa América, foram qua- tro decepções: 2007, 2011, 2015 e 2016. Os argentinos estavam ressabiado­s nesta temporada. Em 17 jogos das Eliminatór­ias, o time havia feito apenas 16 gols, o segundo pior ataque do torneio.

Messi reescreveu toda a descrença e tirou todo o peso do país de seus ombros. Além disso, acabou com a sina de que ia mal na altitude – em cinco jogos, havia perdido três e empatado dois. Ainda não havia feito um gol como visitante nas Eliminatór­ias. Ele já havia jogado bem na partida contra o Peru, em casa, mas não marcou. Ontem, encerrou o jejum atuando bem, armando e finalizand­o, exatamente como faz pelo seu clube, o Barcelona. “Temos muito o que melhorar e essa classifica­ção vai nos dar força. A seleção vai ser outra”, prometeu o camisa 10. “Trouxemos paz para a seleção e para o povo argentino”.

Maior artilheiro da seleção argentina, La Pulga mantém viva uma ambição pessoal: ganhar uma Copa e alcançar o status de Maradona. Após a péssima fase, ele deu o primeiro passo ontem ao receber a vaga.

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