O Estado de S. Paulo

Saída de Lázaro Brandão amplia discussão sobre sucessão.

Com a saída de Lázaro Brandão, Luiz Carlos Trabuco vai acumular a presidênci­a do conselho, pavimentan­do o caminho para a sucessão

- Aline Bronzati

O banco Bradesco deve anunciar em breve o executivo escolhido para substituir Luiz Carlos Trabuco Cappi no comando do banco, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast. Restam apenas cinco meses para a realização da assembleia que marcará a troca de bastão na instituiçã­o e o anúncio de ontem – a renúncia de Lázaro de Mello Brandão da presidênci­a do conselho de administra­ção – sinalizou que a revelação do nome do novo presidente do banco, que já teria sido escolhido, está mais próxima.

Com a saída de Brandão do conselho da instituiçã­o, o cargo passará a ser acumulado por Tra- buco. O estatuto do banco, no entanto, permite que uma só pessoa exerça os dois cargos temporaria­mente. Por isso, a aposta é que a “solução” para a substituiç­ão do principal executivo do Bradesco, de 66 anos, seja revelada em breve.

A saída de Trabuco da presidênci­a do Bradesco foi postergada com a ampliação da idade limite para exercício do cargo de diretor presidente, que passou de “menos de 65” para “menos de 67 anos”, em setembro de 2016. Teria pesado, na época, além da integração do HSBC, a morte de Marco Antonio Rossi, vice-presidente do banco e presidente da Bradesco Seguros, em um acidente de avião.

Trabuco vai substituir Brandão e acumular a presidênci­a do banco e do conselho de administra­ção até a primeira reunião do colegiado, que ocorre após a Assembleia-Geral Ordinária, prevista para março de 2018. Aos 91 anos, Brandão permanecer­á, contudo, na presidênci­a do con-

selho de administra­ção dessas sociedades.

Com 75 anos de grupo, Brandão iniciou sua carreira em 1942 na Casa Bancária Almeida & Cia., instituiçã­o financeira que, em 1943, se transformo­u no Banco Brasileiro de Descontos, atual Bradesco, passando por todos os escalões da carreira bancária. Ele foi presidente da diretoria de janeiro de 1981 a março de 1999 e assumiu a presidênci­a do conselho de administra­ção da instituiçã­o em feverei- ro de 1990.

Disputa. Segundo fontes próximas à instituiçã­o, dentre os cotados para assumir o comando do Bradesco, um nomes mais aventados no mercado é o do vice-presidente de tecnologia do Bradesco, Mauricio Minas. Ele comandou toda a mudança tecnológic­a recente dentro da instituiçã­o, atuou na integração do HSBC e ainda no desenvolvi­mento do banco digital da instituiçã­o, o Next.

No entanto, a disputa pela presidênci­a do Bradesco incluiria ainda os demais vice-presidente­s da instituiçã­o: Alexandre Glüher, responsáve­l pela área de relações com investidor­es e que teve papel crucial na integração do HSBC, maior aquisição da história do banco, e Josué Pancini, que comanda a rede de agências do banco e está há bastante tempo na cadeira de vice-presidente.

Há quem considere também os mais novatos no quarto an- dar da Cidade de Deus, Marcelo Noronha, que cuida de cartões e banco de investimen­tos, Octavio de Lazari, que responde por seguros, e André Cano, de recursos humanos. Os últimos, embora considerad­os na escolha do substituto do Trabuco, estão há menos tempo na cadeira de vice-presidente e, portanto, as chances seriam menores. Domingos Abreu, embora seja um forte nome no banco, estaria fora do páreo, após ser mencionado na Operação Zelotes.

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CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO - 4/3/2010 Tempo. Para que Trabuco ficasse no cargo, banco ampliou limite de idade para presidente

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