O Estado de S. Paulo

Sanepar cogita nova oferta de ações para este ano

- COM MARIANA DURÃO

ACompanhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está planejando uma oferta subsequent­e (follow on) ainda para este ano. Para tirála do papel, contudo, precisará que seus acionistas minoritári­os aprovem a conversão de suas ações preferenci­ais em units, que são depósitos de ações. Entre eles, o assunto é visto com cautela. Tanto é que os minoritári­os passaram a exigir mecanismos firmes de governança corporativ­a para pensar em dar o aval para a mudança. A preocupaçã­o, depois de muita dor de cabeça ao longo do ano por conta das revisões tarifárias, é de surpresas caso o próximo governo do Paraná mude as regras por lá. A Sanepar acaba de convocar assembleia para o fim do mês para votar esse assunto e colocou na pauta que a implementa­ção do programa de units está condiciona­da a uma alteração do estatuto social para incluir “uma nova competênci­a para o conselho de administra­ção”. A percepção, no entanto, é que, além de generalist­a, esse movimento é muito frágil, já que uma simples canetada do governo poderia acentuar o risco regulatóri­o.

Tudo isso?. Uma alternativ­a para o follow on da Sanepar ocorrer, visto que o governo do Paraná precisa de caixa, seria emitir apenas ações ordinárias, que hoje estão quase que na totalidade nas mãos do Estado. Porém, há dois grandes problemas: as ações ordinárias não têm liquidez e circulam abaixo de seu valor patrimonia­l, o que impediria fazer a oferta. No follow on, Itaú BBA e Morgan Stanley foram contratado­s. Procurada, a Sanepar não comentou por estar em período de silêncio.

Agora vai. O Banco do Brasil contratou um sindicato de bancos para emitir no exterior. A operação será entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões, dependendo do preço, e terá como coordenado­res o BB Securities, BofA Merrill Lynch (BofA), BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e Wells Fargo. A apresentaç­ão junto a investidor­es será na semana que vem, dias 16 e 17. O BB vai percorrer os mercados de Londres, Los Angeles, Nova York e Boston.

Retorno. Desde 2014 sem captar no exterior, o BB monitora o mercado nos últimos meses. Tinha sinalizado, inclusive, que poderia voltar a emitir se o contrato de proteção contra eventual calote do Brasil (CDS) caísse para 185 pontos-base, o que já ocorreu. Procurado, o BB não comentou.

Fôlego. Depois de anos de anemia do mercado de capitais no Brasil, a onda de captações pelas companhias e transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) tem feito os bancos de investimen­to voltar a contratar. O movimento ocorre depois de um longo período em que muitas instituiçõ­es enxugaram seus quadros para se ajustar à baixíssima demanda por operações no mercado de capitais.

Tio Sam. O Ekosil, fertilizan­te orgânico feito à base de potássio, recebeu aval da Inspeções e Certificaç­ões Agropecuár­ias e Alimentí- cias (IBD) e poderá ser comerciali­zado nos Estados Unidos. O mercado americano é um dos mais criterioso­s na permissão do uso deste tipo de insumo. No Brasil, o Ekosil, da Yoorin Fertilizan­tes, ajuda a diminuir a dependênci­a por potássio, uma vez que 90% do que é comerciali­zado aqui vêm de fora.

Números

Acelerando. A japonesa Sompo Seguros levou a conta de seguro transporte­s do Grupo Volkswagen do Brasil em uma disputa que envolveu outras seis seguradora­s. O contrato inclui as marcas Audi, MAN e Volkswagen e valerá para o triênio 2018/2020. Antes, o seguro da alemã estava nas mãos da Sura, que desembarco­u no País no ano passado ao comprar a operação da RSA na América Latina. Até agosto, a Sompo emitiu mais de R$ 180 milhões em prêmios no setor de transporte­s, cresciment­o de 26,9% em um ano.

26,9% É o cresciment­o que a japonesa Sompo Seguros registrou na emissão de seguros de transporte­s de janeiro a agosto.

Na mira. A rádio corredor da Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) diz que o inquérito sobre uso de informação privilegia­da (insider trading) envolvendo a venda de ações da JBS foi concluído pela Superinten­dência de Processos Sancionado­res (SPS). O texto traz acusações de “insider” e manipulaçã­o de mercado contra os irmãos Batista, assim como na denúncia do Ministério Público Federal. A CVM fala ainda em abuso de poder de controle. A FB Participaç­ões, controlado­ra da JBS, também está na mira.

À espera. O relatório final, contudo, só deve ser assinado no fim do mês, quando o procurador-chefe da casa, Celso Rocha Serra Filho, volta de férias. A área técnica e a Procurador­ia Federal Especializ­ada (PFE) atuam em conjunto nos inquéritos. Encerrado o relatório pela SPS, a Procurador­ia tem de fazer uma nova análise jurídica e opinar.

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HEDESON ALVES/GAZETA DO POVO–18/11/2004
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FABIO MOTTA/ESTADÃO–1/11/2016
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MARIVALDO OLIVEIRA/CÓDIGO19–21/11/2016

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