Sanepar cogita nova oferta de ações para este ano
ACompanhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está planejando uma oferta subsequente (follow on) ainda para este ano. Para tirála do papel, contudo, precisará que seus acionistas minoritários aprovem a conversão de suas ações preferenciais em units, que são depósitos de ações. Entre eles, o assunto é visto com cautela. Tanto é que os minoritários passaram a exigir mecanismos firmes de governança corporativa para pensar em dar o aval para a mudança. A preocupação, depois de muita dor de cabeça ao longo do ano por conta das revisões tarifárias, é de surpresas caso o próximo governo do Paraná mude as regras por lá. A Sanepar acaba de convocar assembleia para o fim do mês para votar esse assunto e colocou na pauta que a implementação do programa de units está condicionada a uma alteração do estatuto social para incluir “uma nova competência para o conselho de administração”. A percepção, no entanto, é que, além de generalista, esse movimento é muito frágil, já que uma simples canetada do governo poderia acentuar o risco regulatório.
Tudo isso?. Uma alternativa para o follow on da Sanepar ocorrer, visto que o governo do Paraná precisa de caixa, seria emitir apenas ações ordinárias, que hoje estão quase que na totalidade nas mãos do Estado. Porém, há dois grandes problemas: as ações ordinárias não têm liquidez e circulam abaixo de seu valor patrimonial, o que impediria fazer a oferta. No follow on, Itaú BBA e Morgan Stanley foram contratados. Procurada, a Sanepar não comentou por estar em período de silêncio.
Agora vai. O Banco do Brasil contratou um sindicato de bancos para emitir no exterior. A operação será entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões, dependendo do preço, e terá como coordenadores o BB Securities, BofA Merrill Lynch (BofA), BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e Wells Fargo. A apresentação junto a investidores será na semana que vem, dias 16 e 17. O BB vai percorrer os mercados de Londres, Los Angeles, Nova York e Boston.
Retorno. Desde 2014 sem captar no exterior, o BB monitora o mercado nos últimos meses. Tinha sinalizado, inclusive, que poderia voltar a emitir se o contrato de proteção contra eventual calote do Brasil (CDS) caísse para 185 pontos-base, o que já ocorreu. Procurado, o BB não comentou.
Fôlego. Depois de anos de anemia do mercado de capitais no Brasil, a onda de captações pelas companhias e transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) tem feito os bancos de investimento voltar a contratar. O movimento ocorre depois de um longo período em que muitas instituições enxugaram seus quadros para se ajustar à baixíssima demanda por operações no mercado de capitais.
Tio Sam. O Ekosil, fertilizante orgânico feito à base de potássio, recebeu aval da Inspeções e Certificações Agropecuárias e Alimentí- cias (IBD) e poderá ser comercializado nos Estados Unidos. O mercado americano é um dos mais criteriosos na permissão do uso deste tipo de insumo. No Brasil, o Ekosil, da Yoorin Fertilizantes, ajuda a diminuir a dependência por potássio, uma vez que 90% do que é comercializado aqui vêm de fora.
Números
Acelerando. A japonesa Sompo Seguros levou a conta de seguro transportes do Grupo Volkswagen do Brasil em uma disputa que envolveu outras seis seguradoras. O contrato inclui as marcas Audi, MAN e Volkswagen e valerá para o triênio 2018/2020. Antes, o seguro da alemã estava nas mãos da Sura, que desembarcou no País no ano passado ao comprar a operação da RSA na América Latina. Até agosto, a Sompo emitiu mais de R$ 180 milhões em prêmios no setor de transportes, crescimento de 26,9% em um ano.
26,9% É o crescimento que a japonesa Sompo Seguros registrou na emissão de seguros de transportes de janeiro a agosto.
Na mira. A rádio corredor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diz que o inquérito sobre uso de informação privilegiada (insider trading) envolvendo a venda de ações da JBS foi concluído pela Superintendência de Processos Sancionadores (SPS). O texto traz acusações de “insider” e manipulação de mercado contra os irmãos Batista, assim como na denúncia do Ministério Público Federal. A CVM fala ainda em abuso de poder de controle. A FB Participações, controladora da JBS, também está na mira.
À espera. O relatório final, contudo, só deve ser assinado no fim do mês, quando o procurador-chefe da casa, Celso Rocha Serra Filho, volta de férias. A área técnica e a Procuradoria Federal Especializada (PFE) atuam em conjunto nos inquéritos. Encerrado o relatório pela SPS, a Procuradoria tem de fazer uma nova análise jurídica e opinar.