O Estado de S. Paulo

Rei do terror.

Aos 70 anos, Stephen King lança novo livro.

- Pedro Rocha ESPECIAL PARA O ESTADO

Nesta segunda, 16, chega às lojas Belas Adormecida­s, novo livro de Stephen King. Escrito em parceria com o filho caçula, Owen, a obra é lançada em um dos momentos de maior popularida­de em sua carreira – que sempre esteve em alta com clássicos marcantes na literatura e adaptados para o cinema, como O Iluminado e Carrie.

O momento tão pop é por conta do filme It – A Coisa, baseado no livro de 1986, que estreou em setembro e quebrou o recorde de bilheteria para longa de terror. Só no Brasil, como efeito do longa, o livro teve aumento de vendas de 290%, entre janeiro e setembro de 2017, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a editora Suma de Letras, que publica a obra no País. Ao todo, livros de King na Suma também tiveram aumento nas vendas de 40% nos mesmos períodos.

Próxima aposta, o lançamento de Belas Adormecida­s será simultâneo com os EUA, algo nem sempre possível para o mercado brasileiro. “Tivemos um prazo pequeno, de três meses, precisei de uma dedicação maior”, diz a tradutora Regiane Winarski, fã do autor que já traduziu outras sete obras dele, como o próprio It e Joyland.

Críticas como a do New York Times não aprovaram a parceria entre Stephen e Owen – “prosa irreconhec­ível”. Winarski diz não ter estranhado, mas admite que pode ser perceptíve­l o peso da escrita a quatro mãos. Ela confessa também que o novo livro não é o tradiciona­l King. “Já traduzi outros livros de parceria em que senti mais a diferença, mas dá para ver que há mais alguém ali.” Para a tradutora, o que mais chamou sua atenção foi um King “bonzinho”. “Ele às vezes é muito cruel com os personagen­s, mata sem pena, mas nesse não está tão sangrento.”

Já acostumada com a escrita do autor, Winarski revela que o principal desafio sempre é adaptar para o português a linguagem coloquial e cheia de palavrões. Outro tradutor de King, Érico Assis, concorda. “Ele tem um jeito particular de usar adjetivos de ênfase e também palavrões, que acaba caracteriz­ando e dizendo muito sobre cada personagem”, explica.

É de Érico a tradução de

Creepshow, que chega às lojas no fim de outubro pela editora Darkside. A obra é uma graphic novel criada em 1982 pelo ilustrador Bernie Wrightson com base no roteiro do filme de mesmo nome, escrito e estrelado por King, que reúne alguns contos de terror do autor.

Além de ter que fazer jus ao texto, a versão brasileira chega pouco tempo após a morte de Wrightson, em janeiro. “Honra e desafio”, define Assis. “Como em qualquer tradução de HQ, tenho que me ater a palavras e desenhos, entender como se relacionam no original”, explica. “Fiz isso em Creepshow, mas como havia mais texto do que num quadrinho contemporâ­neo, minha atenção maior foi ao estilo, que misturam tom de gibi das antigas e prosa stephenkin­guiana.”

Para celebrar os 70 anos de King, completado­s em 21 de setembro, a Darkside relançou ainda o livro Stephen King – A Biografia: Coração Assombrado,

de Lisa Rogak, numa edição especial para colecionad­ores.

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‘It’ teve aumento de vendas de 290%, entre janeiro e setembro de 2017, em comparação ao mesmo período de 2016
STACEY CRAMP/THE NEW YORK TIMES O autor. Livro ‘It’ teve aumento de vendas de 290%, entre janeiro e setembro de 2017, em comparação ao mesmo período de 2016
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WARNER BROS. ‘It – A Coisa’. Baseado em livro de King de 1986, longa se tornou o filme de terror de maior bilheteria no Brasil

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