O Estado de S. Paulo

Oposição espera mudar votos na CCJ com delação

- Daiene Cardoso / BRASÍLIA COLABOROU IGOR GADELHA /

A divulgação dos vídeos da delação premiada do operador Lúcio Funaro e a busca e apreensão no gabinete e na residência do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) deram novo fôlego à oposição para trabalhar pela admissibil­idade da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara.

A estratégia da oposição será explorar os acontecime­ntos na Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ), incluindo a exibição dos vídeos de Funaro durante a sessão de debates, prevista para começar hoje. A reunião no colegiado, no entanto, corre o risco de não ser realizada se não houver quórum no plenário principal para a segunda sessão do prazo regimental do pedido de vista.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), articulado­r da oposição na CCJ, disse contabiliz­ar agora 36 votos pela rejeição da denúncia contra 28 votos pelo prosseguim­ento do processo. Até a semana passada, os governista­s diziam ter entre 38 a 44 votos a favor de Temer. “Esse placar vai se alterar muito mais”, disse Delgado.

Otimismo. Para o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), os últimos acontecime­ntos não alteram o cenário pró-governo. “Temos um número de votos consolidad­o”, afirmou. Vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, o deputado Mauro Pereira (RS) disse que o impacto dos vídeos de Funaro na base aliada é “zero”.

Dono da quinta bancada na Câmara, com 39 parlamenta­res, o PSD oficializo­u a troca de dois dos quatro titulares na CCJ. As mudanças devem ajudar Temer. A primeira troca foi do deputado Delegado Éder Mauro (PA), que era titular e passou a suplente. Na vaga, o PSD indicou Edmar Arruda (PA). A segunda alteração foi passar Expedito Netto (RO) de titular para suplente e colocar Evandro Roman (PR).

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