O Estado de S. Paulo

Coluna do Estadão

- ANDREZA MATAIS TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Manobra no Conselho de Ética do Senado adia análise de ação por quebra de decoro contra Aécio.

Uma manobra do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), tem adiado a única possibilid­ade que restou de Aécio Neves (PSDB-MG) ser punido pelos senadores. Ele enviou para análise da Advocacia-Geral do Senado a representa­ção do PT que pede abertura de processo contra o tucano por quebra de decoro parlamenta­r. A prática não está prevista no regimento da Casa. A decisão sobre abrir ou não o processo cabe apenas ao titular do conselho. A consequênc­ia é que, 21 dias depois, não há posição dele sobre o caso.

» Mais tempo. João Alberto já avisou aos advogados do Senado que não aceita receber o documento eletronica­mente. Sua ordem é que o parecer deve ser impresso para ser enviado ao seu gabinete apenas quando ele autorizar a medida.

» Jeitinho. Aliados do senador João Alberto dizem que, com isso, ele ganha tempo para resolver o caso de Aécio politicame­nte. Se o processo for aberto no conselho, o tucano pode até perder o mandato.

» Com a palavra. João Alberto diz que pediu a opinião da advocacia do Senado para “buscar segurança sobre o problema”. Os técnicos opinam apenas sobre se a representa­ção foi preenchida corretamen­te.

» Deu certo. Tucanos entraram em cena para convencer os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet a devolver o mandato a Aécio Neves. Ambos estavam preocupado­s com o desgaste político, mas cederam e ajudaram a salvar o colega.

» Queimou. Antes da votação que salvou Aécio Neves ontem, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, telefonou para a presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e brincou: “A batata quente agora está comigo”.

» Jeitoso. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, também conversou com Eunício Oliveira antes de decidir que a votação do caso Aécio deveria ser aberta. Evitou assim uma nova crise institucio­nal.

» Sempre ele. O deputado Heráclito Fortes atuou como bombeiro para ajudar a apagar a crise entre Temer e Rodrigo Maia. Em 15 horas, jantou com Maia e almoçou com Temer.

» Cadê? A PF ainda não recebeu do Supremo os documentos do inquérito que apura se houve irregulari­dade em um decreto da área portuária que beneficiou a empresa Rodrimar, assinado em 2017.

» Parou. O ministro Luís Roberto Barroso determinou à autoridade policial que ouça o presidente. Sem os dados, as perguntas ainda não começaram a ser elaboradas. A decisão do ministro é de 5 de outubro.

» Outro lado. A Coluna procurou o ministro, mas não obteve resposta. » Em ação. Ex-assessor especial de Temer, Sandro Mabel almoça com João Doria na quinta-feira, em Goiânia, onde o prefeito vai receber o título de cidadão goiano. Mabel deixou o governo depois de ser citado na delação da Odebrecht. Ele nega que tenha saído por isso.

» Já volto. O ministro Raul Jungmann vai pedir exoneração nos próximos dias e voltar à Câmara para apresentar emendas ao Orçamento. Cumprida a tarefa, retorna à pasta da Defesa. COM NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA. COLABORARA­M ELIANE CANTANHÊDE E ROBERTO GODOY

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ASSESSORIA JOÃO DORIA » CLICK. O prefeito João Doria conseguiu do ministro Mendonça Filho (Educação) R$ 162 milhões para construção de 22 creches e três novos CEUs em São Paulo.

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