O Estado de S. Paulo

Previdênci­a de servidor volta ao debate

Equipe econômica aceita reforma da Previdênci­a mais enxuta em troca de aumentar a contribuiç­ão dos servidores públicos federais

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA

Em contrapart­ida à tramitação no Congresso de uma reforma da Previdênci­a mais enxuta, a equipe econômica quer apoio para conseguir aprovar o aumento de contribuiç­ão previdenci­ária dos servidores públicos federais. A proposta de elevação da alíquota de 11% para 14% foi anunciada há dois meses, mas enfrenta resistênci­as do funcionali­smo, que tem forte poder de pressão sobre senadores e deputados. O projeto nem mesmo chegou ao Congresso.

Segundo fontes, o governo considera fundamenta­l a medida para começar a reforma no funcionali­smo e quer garantias de que o projeto será aprovado até o fim do ano para entrar em vigor em 2018. Para co- meçar a valer o aumento da alíquota, é necessário o cumpriment­o de um prazo de noventa dias.

Como antecipou o Estadão/Broadcast na semana passada, lideranças políticas começaram a articular com integrante­s do governo uma emenda aglutinati­va, espécie de texto alternativ­o ao parecer do deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA) aprovado em uma comissão especial da Casa em maio. A apresentaç­ão da emenda será feita logo após a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já havia admitido em agosto a possibilid­ade de redução da proposta de reforma da Previdênci­a.

Antes de embarcar para o evento do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) na semana passada, Meirelles se reuniu com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o relator Arthur Maia para discutir a alternativ­a. Padilha reconheceu na reunião que seria possível aprovar um idade mínima para aposentado­ria, regra de transição para quem já teria o tempo mínimo de contribuiç­ão. O ponto inegociáve­l, segundo o governo, é manter a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Mas as lideranças querem fazer ajustes no tempo mínimo de contribuiç­ão (de 25 anos, pelo texto da comissão) e na regra de transição.

A Fazenda diz que o governo prossegue as conversas sobre a reforma desde a aprovação do relatório, na comissão especial, em maio. Segundo a Fazenda, não há decisão tomada sobre possíveis mudanças no texto.

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DIDA SAMPAIO/ ESTADAO Debate. Meirelles admitiu em agosto redução na proposta

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