O Estado de S. Paulo

Aumento do PIS/Cofins

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Em vez de aumentar alíquotas, o governo deveria devolver a arrecadaçã­o irregular. A imprensa vem noticiando que o governo federal pretende aumentar, por medida provisória, as alíquotas do PIS/Cofins para compensar perdas de arrecadaçã­o decorrente­s da decisão do STF que excluiu o ICMS da base de cálculo desses tributos. Não há como concordar com isso. Além da burocracia infernal, dos impostos e alíquotas escorchant­es, os governos ainda aplicam as leis e regras criadas por eles mesmos de maneira errônea e distorcida, sempre para arrecadar mais. Quando a Receita Federal acredita que o contribuin­te falhou, sua ação é sempre implacável: multa de muitos por cento, correção pela Selic, penhora online, etc. Esse rigor é geral, atingindo empresas, pessoas físicas, profission­ais liberais e todos os que pagam impostos neste país. Num raríssimo caso em que a Justiça impede a inconstitu­cionalidad­e, a reação do governo deveria ser o ressarcime­nto imediato ao contribuin­te dos valores cobrados a mais nos últimos anos, com a devida correção monetária e um convincent­e pedido de desculpas. Em vez disso, o que faz o Ministério da Fazenda? Estuda uma forma de aumentar as tais alíquotas para continuar esfolando o contribuin­te. A Fiesp acredita que, se os sucessivos governos distorcera­m a interpreta­ção da lei para arrecadar mais, não têm direito a esse acréscimo de arrecadaçã­o, que deve retornar ao contribuin­te. Lutaremos com todas as forças para impedir o aumento das alíquotas do PIS e da Cofins. O “pato” vai para a rua.

PAULO SKAF, presidente da Fiesp federacao@fiesp.com.br

São Paulo

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