O Estado de S. Paulo

Base age na CCJ para acelerar 2ª acusação

- Daiene Cardoso / BRASÍLIA

Para acelerar a tramitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, por obstrução da Justiça e organizaçã­o criminosa no caso J&F, a base aliada adotou a estratégia de esvaziar a sessão de debates da Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) da Câmara ontem. Sem discursos dos governista­s, a oposição se revezou na defesa do prosseguim­ento da acusação. Os governista­s se esforçam para aprovar hoje o relatório de Bonifácio de Andrada (PSDBMG) e garantir assim a análise no plenário na próxima semana.

O prazo regimental para apreciação da denúncia venceu ontem. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), pediu mais três sessões plenárias ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para concluir a apreciação da admissibil­idade. Embora o peemedebis­ta não precise de autorizaçã­o formal, ele disse que pediu mais prazo por “excesso de zelo”.

A oposição protocolou votos em separado para marcar posição contra o parecer de Bonifácio que pede a rejeição da denúncia. Até a conclusão desta edição, cinco votos por escrito foram registrado­s.

A sessão de ontem foi marcada por discursos de governista­s desqualifi­cando os delatores Joesley Batista e Lúcio Funaro – cujos depoimento­s baseiam a nova acusação da Procurador­ia-Geral da República (PGR) – e acusando o Ministério Público Federal, com críticas ao exprocurad­or-geral Rodrigo Janot, de criminaliz­ar a política.

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