O Estado de S. Paulo

Moraes defende julgamento do caso Battisti no plenário

- Breno Pires Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou ontem que o habeas corpus impetrado pela defesa do italiano Cesare Battisti deveria ser discutido no plenário da Corte. Moraes argumentou que o regimento interno do STF prevê julgamento no pleno para habeas corpus contra ato de presidente da República.

A declaração de Moraes foi fei- ta um dia depois de o relator do caso, ministro Luiz Fux, liberar o habeas corpus para julgamento na Primeira Turma da Corte.

Na sexta-feira passada, Fux concedeu liminar para impedir que houvesse a extradição do italiano enquanto não fosse julgado o mérito do habeas corpus. Os advogados de Battisti apontaram a possibilid­ade de uma eventual decisão do Palácio do Planalto pela extradição se tornar irreversív­el. Na decisão, Fux informou que o julga- mento aconteceri­a na próxima terça-feira, dia de sessão da Primeira Turma.

Regimento .“Ele ( Fux) botou o dia ( de julgamento para a Primeira Turma), mas o regimento é muito claro: habeas corpus contra presidente da República é plenário”, disse ontem Moraes a jornalista­s, ao chegar para a sessão da Primeira Turma. “Aí é um habeas corpus preventivo contra o presidente da República que, pelo regi- mento interno, é o plenário. Eu acho que tem de cumprir o regimento”, afirmou o ministro.

Além de Moraes e Fux, integram a Primeira Turma do STF os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello.

Barroso, que já atuou na defesa de Battisti antes de ingressar à Corte, não participar­á do julgamento do italiano.

A permanênci­a de Battisti no País foi garantida após decisão, em 2010, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu último dia de mandato. Battisti foi condenado na Itália em 1993 pelo envolvimen­to no assassinat­o de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo extremista de esquerda Proletário­s Armados pelo Comunismo (PAC) e é alvo de pedidos de extradição por parte do governo italiano. Battisti nega a participaç­ão nos crimes.

Após ter sido preso no início deste mês em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia, sob a acusação de evasão de divisas, Battisti aguarda a decisão em Cananeia, no litoral paulista.

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GABRIELA BILO/ESTADÃO - 11/ 10/ 2017 Extradição. Battisti é alvo de pedido por parte da Itália

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