O Estado de S. Paulo

4 PERGUNTAS PARA...

-

Beate Andrees, chefe do Departamen­to de Direitos e Princípios Fundamenta­is no Trabalho da OIT

1. Como a OIT avaliava o avanço do Brasil no que se refere ao trabalho forçado?

Até hoje, o Brasil estava em linha com nossas definições. Se mudar de política, terá de se reportar em 2018 ao Comitê de Especialis­tas que vai avaliar a situação. Isso poderá levar a um maior escrutínio do que ocorre no País. O Brasil era um modelo e uma liderança. É lamentável. Mas esperamos que o País se mantenha no trilho nesse caso.

2. Quais podem ser os impactos de uma mudança?

Ainda estamos nos primeiros dias de uma nova lei. Mas, para além do cumpriment­o ou não dos tratados da OIT, o que precisamos ter em mente é a proteção aos grupos mais vulnerávei­s na economia. Existe, nesse caso, o risco de que as metas de desenvolvi­mento sustentáve­l da ONU não sejam atingidas. Isso sim é o mais importante.

3. Quais são as ações que mais podem fazer avançar o combate ao trabalho forçado?

Existem várias medidas. As equipes móveis que o Brasil adotava era algo que funcionava muito bem. Também acreditamo­s que medidas preventiva­s com as comunidade­s e iniciativa­s como o Bolsa Família podem ajudar. Mas também achamos que é necessário lidar com o lado da demanda, com as empresas.

4. Qual a dimensão do trabalho forçado hoje no mundo?

Nosso último informe fala de 25 milhões de pessoas. Temos de fazer mais. Não há espaço para complacênc­ia.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil