O Estado de S. Paulo

Criação de empregos cresce pelo 6º mês consecutiv­o

Foram criados 34.392 postos de trabalho em setembro, mas, no ano, saldo ainda é negativo; indústria foi destaque ao gerar 25.684 vagas

- Lu Aiko Otta Idiana Tomazelli / BRASÍLIA COLABOROU CAIO RINALDI, DE SÃO PAULO

A criação de empregos formais no País cresceu em setembro pelo sexto mês consecutiv­o. Foram abertos 34.392 postos com carteira assinada, e o cresciment­o no número de vagas é de 208,8 mil no ano. O mercado, no entanto, continua difícil para os profission­ais com mais instrução, mas especialis­tas dizem que, em saídas de crises, a retomada do emprego começa nos estratos menos qualificad­os.

A criação de empregos formais no Brasil cresceu em setembro pelo sexto mês consecutiv­o, dado comemorado pelo Ministério do Trabalho como sinal de consolidaç­ão da trajetória de recuperaçã­o. Foram abertos 34.392 novos postos com carteira assinada no mês passado, e o cresciment­o no número de vagas já chega a 208,8 mil no ano.

Em outubro e novembro, a expectativ­a do governo é que a geração de vagas seja ainda mais expressiva. O coordenado­r-geral de Estatístic­as do Trabalho, Mario Magalhães, disse que “há boas chances de ocorrer” um saldo positivo neste ano – o que seria o primeiro desde 2014. Magalhães substituiu o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que ontem esteve no Palácio do Planalto para conversar com o presidente sobre a portaria sobre o trabalho escravo.

Em setembro, a indústria puxou o desempenho positivo do emprego, com abertura de 25.684 postos de trabalho. “Não é algo conjuntura­l puxando os resultados, mas um movimento generaliza­do”, disse Magalhães. Dez dos 12 setores da indústria de transforma­ção geraram vagas formais de emprego em setembro. Além disso, a atividade puxou o desempenho positivo do mercado em 18 unidades da Federação.

Esse desempenho fortalece a tendência de recuperaçã­o do mercado de trabalho. O coordenado­r ponderou que ainda não dá para dizer, no entanto, que houve uma “volta à normalidad­e” no emprego. Ele ainda disse que tradiciona­lmente os resultados de dezembro são negativos, por isso ainda é preciso ver como será o comportame­nto do mercado de trabalho de fato nos próximos meses.

Negativo.

Em 12 meses, o saldo do emprego ainda é negativo em 466.654 postos. É, porém, um saldo bem melhor do que os 1,576 milhão registrado­s nos 12 meses terminados em setembro de 2016. Nesse critério, ele vê uma curva claramente ascendente. Todos esses dados permitem dizer que o ambiente para o mercado de trabalho está melhor em 2017 do que no ano passado.

O pior desempenho do emprego em 40 anos mostrado pela Relação Anual de Informaçõe­s Sociais (Rais), também divulgado ontem, não tende a se manter. “Com certeza, há uma melhora”, afirmou.

“Saímos de uma recessão muito forte e a atividade econômica está reagindo de forma lenta e gradual”, avaliou o economista da Tendências Consultori­a Thiago Xavier. “A geração de postos em setembro, apesar de abaixo das expectativ­as, não afe- ta a perspectiv­a de melhora lenta do emprego, principalm­ente em 2017.”

Além da indústria, o comércio contribuiu para o saldo positivo com 15.040 postos de traba- lho. Segundo Magalhães, é um movimento sazonal associado às festas do fim de ano. No setor de serviços, com saldo positivo de 3.743 postos, o destaque foram as contrataçõ­es por estabe- lecimentos de ensino.

No corte por Estados, o destaque negativo foi o Rio de Janeiro, com redução de 4.769 postos de trabalho /

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil