‘Momento é de testosterona’, diz Ciro sobre Marina em 2018
Presidenciável do PDT, ex-governador questiona possível candidatura de ex-ministra e faz críticas ao PSDB e a tucanos
O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, criticou ontem, no Rio, possíveis concorrentes ao cargo em 2018. Ao comentar eventual candidatura da ex-ministra Marina Silva (Rede), o ex-governador do Ceará afirmou que “o momento é muito de testosterona” e que não a vê com energia para a disputa ao Planalto. Ciro também dirigiu críticas a tucanos – o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito João Doria e o senador Aécio Neves (MG), a quem chamou de “cadáver político”.
O ex-governador e ex-ministro questionou o comportamento de Marina. “Não a vejo com apetite de ser candidata, ou então é uma tática nova que eu nunca vi na minha vida pública, que é o negócio de jogar parado, de não dar opinião. Não vejo ela com a energia e o momento é muito de testosterona. Eu não elogio isso, é algo do Brasil. É um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia muito avessa a isso”, disse Ciro durante almoço com empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Na disputa presidencial de 2002, Ciro, então candidato pe- lo PPS, sofreu críticas ao dizer que o papel da mulher dele na época, a atriz Patrícia Pillar, na campanha era “dormir” com ele.
Ontem, Ciro também atacou Aécio. Para o ex-governador, o tucano “continua dando as cartas” e o PSDB insiste em não tirá-lo do comando do partido. O senador é presidente licenciado da legenda. “Aécio é um cadá- ver político, e o que se faz com um cadáver é sepultar. E aí não sei por que não se sepulta. O cara está lá dando as cartas. A onda de revolta pede que ele saia da presidência do PSDB. Ele não vai sair. Então não resolve.”
Nesta semana, Aécio retomou o mandato parlamentar após o Senado rever a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal de afastá-lo das atividades legislativas e de impor recolhimento noturno.
PSDB. Ainda de acordo com o presidenciável do PDT, o PSDB “vai fazer uma campanha situacionista” na disputa de 2018, “segurando a alça de um caixão de um governo que tem 3% de aprovação, ou vai deixar para a véspera da eleição para sair e ficar com o justo estigma de oportunista”. “Para não parar de fazer besteira, o Doria contesta o Alckmin, que o inventou. Qualquer político sabe que o Alckmin aumentava as remotas e decrescentes chances do PSDB. Portanto, o PSDB vai se decidir por ele e aí não se resolve o problema. Deixa o Doria desgastando o Alckmin”, afirmou.
Apesar das críticas, Ciro disse que “quer representar um pedaço do PSDB, que ajudou a fundar”. “Fui o primeiro e único governador eleito pelo PSDB em 1990 e rompi por causa da fraude do real porque não queria ser confundido com aquilo.”
Ciro declarou também que o deputado Jair Bolsonaro (PSCRJ), outro presidenciável, “representa uma coisa muito respeitável que é a repulsa do povo brasileiro com a prática média da política”. Essas bofetadas que o Supremo dá, que o Congresso dá, todo dia o Bolsonaro vira uma coisa catártica de protesto. Mas o voto não é catártico. O voto é afirmativo. Na hora que o PSDB se organizar, eles vão começar a se canibalizar.”
Via assessoria, Alckmin disse que não vai comentar. Os outros citados por Ciro não responderam à reportagem até a conclusão desta edição.