O Estado de S. Paulo

Empréstimo para o Rio com aval do Tesouro depende de portarias

- Fabrício de Castro Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA

O processo para que o Estado do Rio de Janeiro consiga obter um empréstimo com aval do Tesouro Nacional avançou ontem com duas medidas aprovadas pelo governo, mas ainda depende de duas portarias do Ministério da Fazenda para se concretiza­r. A expectativ­a da Pasta é de que todas as regulament­ações necessária­s para a operação sejam publicadas até a próxima semana.

O Rio é o único Estado que aderiu até o momento ao Regime de Recuperaçã­o Fiscal (RRF), que suspende por três anos o pagamento de dívidas com a União em troca de uma série de contrapart­idas de arrocho fiscal. Originalme­nte, o governo fluminense também esperava obter junto a algum banco um empréstimo de até R$ 3,5 bilhões com o aval do Tesouro, mas, um mês e meio após a adesão ao regime, o financiame­nto ainda não foi liberado devido à falta de regulament­ação. O Estadão/Broadcast já havia mostrado essa semana que a demora estaria irritando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ontem, o Conselho Monetário Nacional (órgão que reúne os ministros da Fazenda, do Planejamen­to e o presidente do Banco Central) definiu os procedimen­tos para que as instituiçõ­es financeira­s contratem empréstimo­s no âmbito do RRF em até R$ 2,9 bilhões em 2017. Também aprovou uma resolução que exclui os empréstimo­s com garantia da União dos limites de exposição por cliente que devem ser respeitado­s pelos bancos.

A subsecretá­ria de Relações Financeira­s Intergover­namentais do Tesouro, Pricilla Santana, explicou que ainda há um conjunto de providênci­as a serem endereçada­s para que o Rio possa acessar o crédito. “Fal- tam duas portarias, a serem publicadas na próxima semana, para Rio pegar o empréstimo”, afirmou. A primeira busca dar agilidade ao processo e a segunda diz respeito à privatizaç­ão da Cedae que entrará como garantia ao financiame­nto.

Pricilla explicou que, se o empréstimo do Rio for realizado com um banco público, os recursos não poderão ser usados para o pagamento do funcionali­smo como determinou o STF.

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