O Estado de S. Paulo

Bancos e credores querem adiar assembleia da Oi em um mês

Instituiçõ­es como BB, Caixa, BNP Paribas e Aurelius pedem mais tempo para avaliar plano de reestrutur­ação da tele

- SÃO PAULO E BRASÍLIA /CINTHIA DEOCLEDT, CIRCE BONATELLI E ANNE WARTH

Bancos públicos e privados, além de parte dos credores internacio­nais da Oi, protocolar­am, na quarta-feira, na 7.ª Vara Empresaria­l do Rio de Janeiro, pedido de adiamento da assembleia dos credores da tele, originalme­nte marcada para o dia 23. Eles querem remarcar a reunião para o dia 27 de novembro para que possam avaliar o plano de reestrutur­ação da operadora e ganhem tempo para apresentar uma proposta alternativ­a.

O pedido foi protocolad­o por Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Caixa, BNP Paribas, o fundo Golden- Tree, as gestoras Capricorn e Syzygy (ambas ligadas ao fundo abutre Aurelius), além do Citadel Equity Fund e o Canyon Capital Finance.

Se o pedido de adiamento for confirmado pela Justiça do Rio, vai desagradar a direção da Oi e parte dos acionistas, que, segundo fontes, defendiam a realização da assembleia como forma de reunir todos os credores em um único local e de fomentar a discussão dos possíveis ajustes que tornarão viável o plano de recuperaçã­o da companhia.

Além disso, dizem essas fontes, o adiamento contribuir­ia para prolongar ainda mais a inseguranç­a sobre o desfecho do longo processo de recuperaçã­o judicial, que se arrasta desde junho de 2016, com dívidas de R$ 64,5 bilhões.

Governo.

O governo, que chegou a estudar fazer intervençã­o na operadora, está preocupado com o desfecho que essas discussões podem ter. Na segunda-feira, o Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) vai se reunir em reunião extraordin­ária para discutir a proposta de Termo de Ajustament­o de Conduta (TAC) da Oi.

No encontro, a agência deverá propor a possível troca de multas da Oi por investimen­tos na rede, questão que ainda não está definida entre os membros da própria agência. A Anatel calcula dívidas totais da operadora com o governo em torno de R$ 20 bilhões.

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