O Estado de S. Paulo

Bullying, um mal de difícil combate

- G.N.

“Procuro pensar que poderia ser comigo. Se você se coloca no lugar do outro, não sente vontade e nem acha graça em praticar bullying” Renata Oliveira, 16 anos, Estudante que participou do Bate-Papo Lado A Lado B

Dos oito aos 11 anos, o jovem Bruno Matos, hoje com 21, sofria bastante na escola. Tudo por causa dos cabelos longos que mantinha na época. A reação dos colegas foi dura. O bullying que recebia não deixou cicatrizes, mas o marcou profundame­nte.

“Eu sofria muito preconceit­o por isso. Era excluído (pelos colegas). Até os 11 anos eu era vítima de bullying por causa do meu cabelo, tanto é que cortei e nunca mais deixei crescer”, conta o jovem aprendiz da Santa Casa de São Paulo. “Minha mãe chegou até a ir à escola resolver isso. Eu tinha só um amigo na época. Não desejo para ninguém, tem que ser forte.”

O caso de Bruno ilustra como eram as perseguiçõ­es antes das redes sociais alcaçarem o tamanho que têm hoje. O avanço da tecnologia permitiu o surgimento do cyberbully­ing, cujo a principal diferença é a possibilid­ade de anonimato. “Acho que não tem como eliminar isso. Sempre existirão pessoas ruins e essa intolerânc­ia. Agora, há uma voz para elas (a internet)”, afirma o youtuber Luba, que tem 5 milhões de inscritos em seu canal sobre comportame­nto.

Durante o Bate-Papo Lado A Lado B, o youtuber contou como, mesmo sendo querido por seus milhares de seguidores, desperta a ira de pessoas que utilizam o anonimato para agredir verbalment­e na internet. “Assusta. Mas tento relativiza­r. É difícil não ficar chateado ou com medo. Algumas pessoas perdem a noção e ferem mesmo.” . /

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Bruno nunca mais deixou o cabelo crescer por lembrar da perseguiçã­o que sofreu Trauma.

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