PROGRAMA APOIADO POR CERVEJARIA REDUZ EM 11% AS MORTES NO TRÂNSITO EM MUNICÍPIOS PAULISTAS
Ações também combatem consumo excessivo de bebidas e por menores de idade
Se for di r ig i r, não beba .” De t a nt a s vezes repetido, o bordão perdeu um pouco de seu efeito – conscientizar o motorista do risco de conduzir sob o efeito de álcool. “Percebemos que bater sempre na mesma tecla não resolvia o problema dos acidentes de trânsito”, conta Pedro Mariani, vice-presidente jurídico e de relações corporativas da cervejaria Ambev. Desse insight nasceu o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, programa do Governo do Estado em parceria com a Ambev e outras empresas, que reduziu em 11% as mortes em 15 municípios de São Paulo no ano passado.
Mariani e sua equipe são responsáveis pelo Programa Ambev de Consumo Inteligente, em que a cervejaria trabalha para combater o consumo nocivo de álcool. Além da questão do trânsito, o programa atua em duas frentes: reduzir o consumo excessivo de álcool e evitar o consumo por menores de idade. Cada um desses pilares demanda uma estratégia própria.
SEGURANÇA VIÁRIA
“O álcool é parte do problema e quer ser parte da solução”, afirma Pedro Mariani sobre os acidentes de trânsito. Segundo o executivo, entender a questão como um todo aumenta a eficiência das ações preventivas. Antes de tudo, é necessário fazer um diagnóstico preciso.
“Velocidade, c a nsaço, uso do celu la r, sinalização precária ou vias malconser vadas: tudo isso também provoca acidentes”, diz Mariani. O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito lançou a plataforma dig it al I nfosiga (i nfosiga . sp.gov.br), que t ra z uma base de dados uni f icada sobre as fatalidades em acidentes de trânsito em municípios paulistas. Esses dados estavam antes pulverizados em órgãos das diferentes esferas do poder público.
Compiladas as informações e identificada a causa do problema, vêm as medidas concretas. Por exemplo: se uma rua tem muitos acidentes porque os motoristas entram numa curva fechada em alta velocidade, a construção de lombadas pode ser a solução.
Em seu primeiro ano, 2016, o Movimento reduziu em 11% os acidentes fatais nos municípios onde atua. Neste ano, o projeto foi ampliado para atender 65 municípios e replicado no Distrito Federa l. “Cada município tem um plano de ação específico: é só seguir que dá certo”, afirma Mariani.
CONSUMO SEM EXAGERO
A tática para abordar o consumo excessivo de álcool conta com a atuação de agentes de saúde pública. O projeto Brasília Vida Segura do Governo do Distrito Federal, que é apoiado pela cervejaria, incluiu, nos questionários que esses agentes fazem à população, perguntas específicas sobre os hábitos alcoólicos.
“O indiv íduo recla ma de pressão a lta, de obesidade, mas não sabe que a bebida é agravante do problema”, diz Mariani. Por meio do quest ioná rio, a equipe de saúde identifica o padrão nocivo de consumo e fornece a orientação adequada. A cer veja- ria também promove campanhas de conscientização, tendo investido 45 milhões no programa nos últimos 3 anos.
“OS PAIS SE PREOCUPAM EM CONVERSAR C OMOS FILHOS SOBRESEXOEDROGAS MAS POUCOS DÃO A ATENÇÃO DEVIDA AO ÁLCOOL. NA MAIORIA DOS CASOS, O JOVEM COMEÇA A BEBER DENTRO DE CASA, COMAFAMÍLIA”. PEDRO MARIANI VICE-PRESIDENTE JURÍDICO E DE RELAÇÕES CORPORATIVAS DA CERVEJARIA AMBEV.
BEBIDA X ADOLESCENTES
“Na maioria dos casos, o jovem começa a beber dentro de casa, com a família”, conta Pedro Mariani. “Os pais se preocupam em conversar com os filhos sobre sexo e drogas, mas poucos dão a atenção devida ao álcool.” Para estimular esse diálogo, a Ambev elaborou uma cartilha ilustrada em parceria com a Mauricio de Sousa Produções. ”Os pais precisam deixar claro aos seus filhos que não devem beber antes dos 18 anos”, diz Mariani.
Outra iniciativa voltada aos adolescentes é o Na Responsa!, projeto colaborativo com ONGs atuantes em comunidades de baixa renda – como a Unas, que trabalha em Heliópolis. Sempre atreladas a atividades esportivas e culturais, as oficinas educativas já impactaram mais de 24 mil jovens desde 2010. Em pesquisa realizada pela consultoria MGov, os jovens que participaram do projeto passaram a beber oito vezes menos do que os jovens que não participaram.