O Estado de S. Paulo

Cuidando de gente

Requisitos básicos da profissão são estar próximo dos pacientes, entender suas necessidad­es e, durante a faculdade, não ter medo de ficar perto da realidade

- Gustavo Zucchi, especial para o Estado

Wanda Horta, a enfermeira responsáve­l por introduzir os conceitos de enfermagem hoje utilizados no Brasil, definia a profissão como “gente que cuida de gente”. É essa a primeira caracterí st i ca que, quando questionad­a, a coordenado­ra do curso de Enfermagem do Centro Universitá­rio São Camilo, Maria

Inês Nunes, aponta como a principal que um aluno que se aventurar na carreira deve ter para ser um enfermeiro de sucesso. “Tem de gostar de gente, cuidar bem. E, para isso, precisa ter um conhecimen­to técnico e científico. Mas também tem de saber ouvir as pessoas e auxiliá-las”, explica.

Foi essa vontade de cuidar de gente que tirou Thiago Costa, atualmente cursando o 8.º semestre de Enfermagem na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, do ramo da tecnologia. Ele decidiu mudar de área após passar um tempo no hospital acompanhan­do o avô e ver de perto o trabalho dos enfermeiro­s. Essa experiênci­a, em contato direto com a realidade, segundo ele, é fundamenta­l.

“Na Santa Casa você tem o laboratóri­o, mas a gente também atua em campo”, conta o estudante. “Eles aconselham fortemente que os alunos do 3.º ou 4.º ano façam um estágio remunerado fora do horário de aula e tenham contato com o mercado de trabalho”, diz.

Maria Inês, coordenado­ra do curso do São Camilo, também reforça a importânci­a da prática. “Estágio é fundamenta­l. De preferênci­a em diversos campos de estágio, como saúde coletiva, hospitalar, reabilitaç­ão. Quando mais o aluno for exposto, melhor”, afirma.

A carreira de enfermeiro deve crescer nos próximos anos devido a um aumento da expectativ­a de vida da população. “A recomendaç­ão da Organizaçã­o Mundial da Saúde é de um enfermeiro para cada 500 pessoas. No Brasil temos um para cada mil. Com o aumento da idade, vamos ter um cresciment­o das doenças crônicas não transmissí­veis e o governo terá de investir pesadament­e”, diz Maria Inês./

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