O Estado de S. Paulo

Cupê Deluxe 1941 é realização de sonho de infância

Engenheiro ganhou dos filhos exemplar 1941 do cupê Chevrolet Deluxe idêntico ao que pertencia a seu avô e foi sua paixão aos 8 anos

- Rafaela Borges

A paixão do engenheiro Luiz Eduardo de Branco por jipes foi o gatilho para o início de uma coleção de cinco veículos clássicos. O mais recente chegou à sua garagem no último Dia dos Pais, em agosto, eé o que tem maior valor afetivo. Trata-se de um carro idêntico ao que marcou sua infância, um cupê Chevrolet Deluxe 1941.

A coleção do engenheiro começou com um Jeep Willys 1964, que ele comprou em 2008 e, com a ajuda da neta mais velha, Ilka, reformou inteiro. “Foi a Ilka que escolheu a cor (verde militar”, conta. Dois anos depois, Branco ganhou dos filhos um Ford Modelo A 1928 e, a partir daí, começou a aumentar sua coleção – que tem também um Fusca 1977 e um MercedesBe­nz 280S 1969.

O Chevrolet 1941 era sonho antigo, por se tratar do carro que o avô de Branco possuía. “Eu andava muito nesse Chevrolet quando tinha oito anos. A gente só andava no carro dele; era o único que conhecíamo­s”, diz o engenheiro de 62 anos. “Porém, nunca tinha dirigido um desses. O primeiro foi o meu.”

O clássico americano foi, mais uma vez, presente de seus filhos (Fabiana, Luiz e Fabíola), que o encontrara­m em São Bento do Sul (SC). Foi o presente de Dia dos Pais de Branco. “Não preci- sei fazer nada. Ele já veio nesse estado, com motor refeito”, conta. “Eu só gostaria de colocar direção hidráulica”, brinca.

Apesar da direção pesada, Branco conta que o carro é muito confortáve­l e tem excelente trabalho de suspensão. O mo- tor é um seis-cilindros em linha de 85 cv. Na versão de 1946, a potência aumentou para 90 cv. O câmbio é manual de três marchas. O cupê é capaz de atingir cerca de 130 km/h.

“Dá para ir facilmente com ele daqui (a cidade de Ituverava, no interior, a 410 km da capital) até São Paulo”, acredita. “Só é preciso checar água e óleo antes.” O Deluxe tem interior bem simples para os dias atuais, mas em perfeito estado. “O relógio ainda funciona”. O duasportas tem dois bancos inteiriços, e é capaz de acomodar seis pessoas.

A única modernidad­e da cabine é uma adaptação para entrada USB feita no porta-luvas. “Eu coloco o pen drive e as músicas são projetadas no sistema de som no carro. Não dá para trocá-las”, conta. A trilha sonora escolhida pelo engenheiro? Uma coletânea de canções dos Beatles, para relembrar sua infância, nos anos 60.

Branco diz que, embora goste de todos os carros da coleção, o Chevrolet 1941 é seu preferido. Seu sonho, agora, é adquirir também Ford Tudor de 1936, um “carro de gângster”.

E dar início a uma coleção de calotas antigas, para as quais já reservou espaço em sua garagem, repleta de miniaturas automotiva­s e fotos de campeões da Fórmula 1 – com Ayrton Senna em destaque.

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ESTADÃO RAFAELA BORGES/
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FOTOS: RAFAELA BORGES/ESTADÃO
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Tempos antigos. Branco roda com seu cupê ao som dos Beatles. Motor tem 6 cilindros em linha

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