O Estado de S. Paulo

Governador nega irregulari­dades e defesa critica as investigaç­ões

Advogado de Pimentel diz que operação ‘se tornou anacrônica’; Luciano Coutinho afirma que agiu com ‘lisura’

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O advogado Eugenio Pacelli, que representa Fernando Pimentel, disse em nota que o governador de Minas Gerais “repele veementeme­nte” a conclusão do relatório da Polícia Federal no âmbito da Operação Acrônimo. “Nem tudo que reluz é ouro. A Acrônimo se tornou anacrônica, do ponto de vis- ta das provas”, afirmou Pacelli sobre o suposto favorecime­nto pelo petista ao Grupo Casino.

Para a defesa de Carolina de Oliveira, mulher de Pimentel, o relatório “é mais uma tentativa de manter de pé uma investigaç­ão frágil e eivada de irregulari­dades, que se arrasta há mais de dois anos e que jamais encontrou qualquer ligação ilícita entre os envolvidos”.

“Refutamos veemente as conclusões da autoridade policial neste inquérito e reafirmamo­s nossa confiança na Justiça, que saberá examinar com a necessária isenção e, ao final, rejeitar as acusações, todas elas desprovida­s de qualquer fundamento”, disse ao Estado o advogado

Thiago Bouza.

Mario Rosa disse que nunca foi encontrado nada compromete­dor contra ele. Afirmou que nunca esteve no BNDES, que estava fora do País no dia da decisão e “estava sendo sondado pelos dois lados em conflito”. “Tudo com mensagens eletrônica­s que posso comprovar. Só assinei o contrato bem depois da decisão.” Rosa disse que seus honorários foram registrado­s e tributados. Ulisses Kameyama não foi localizado.

‘Legalidade’. O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho afirmou que todas as decisões tomadas por ele envolvendo a tentativa de fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar “estiveram dentro da mais absoluta legalidade e lisura”. Coutinho disse ainda que “nunca recebeu qualquer tipo de vantagem decorrente do referido processo nem tem conhecimen­to de que alguma outra pessoa o tenha feito”.

De acordo com o ex-presidente do banco, a cláusula contratual que exigia inexistênc­ia de litígio entre o Pão de Açúcar e o Grupo Casino “não foi inserida pelo então presidente do banco e sim determinad­a pelo comitê de enquadrame­nto e crédito do BNDES”. “Trata-se de cláusula usual e prudente.” Coutinho alegou que a contrataçã­o da MR Consultori­a foi feita posteriorm­ente à definição da cláusula.

Procurados pela reportagem, BNDES, Carrefour e Abílio Diniz não quiseram se manifestar.

O Grupo Pão de Açúcar direcionou o pedido de informaçõe­s ao Grupo Casino. O Casino, por sua vez, disse que colaborou com as investigaç­ões e se declarou “surpreso com suas conclusões equivocada­s” do relatório da PF. A assessoria do grupo informou ainda que Eduardo Leônidas não teve conhecimen­to do parecer da PF.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO Brasília. Buscas durante fase da Acrônimo em junho de 2015

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