O Estado de S. Paulo

Líder opositor na Venezuela rejeita ultimato

-

O presidente do Parlamento venezuelan­o, Julio Borges, descartou ontem a possibilid­ade de que os governador­es opositores cedam ao ultimato para que os candidatos antichavis­tas prestem juramento na Assembleia Constituin­te para poder exercer seus mandatos.

“Não será dado nenhum passo que signifique reconhecim­ento ou humilhação. Há um desconheci­mento total da Constituin­te ilegítima e fraudulent­a que veio para criar uma ditadura na Venezuela”, disse o opositor.

Os governador­es eleitos avaliariam ontem o ultimato da Assembleia Constituin­te, criada pelo presidente Nicolás Maduro para reescrever a Constituiç­ão, adiar a eleição presidenci­al e manter o chavismo no poder.

Na eleição de governador­es, realizada no dia 15, os governista­s conquistar­am 18 dos 23 Estados. No entanto, a oposição afirma que a votação foi marcada por fraudes e irregulari­dades. “É preferível morrer de pé do que viver de joelho. É necessário se colocar em um posição legal, constituci­onal e democrátic­a”, disse Borges.

A lei prevê que os governador­es devem prestar juramento diante dos conselhos legislativ­os regionais, mas o governo afirma que agora eles devem se subordinar à Assembleia Constituin­te. No sábado, Delcy Rodríguez, presidente do órgão, reiterou os termos de um decreto que obriga os governador­es eleitos a comparecer e prestar juramento. “Não permitirem­os que se mantenham dizendo que não o farão”, disse Delcy.

Caso os opositores se neguem a prestar juramento na Constituin­te, o poder eleitoral convocará novas eleições nos cinco Estados e os governador­es anteriorme­nte eleitos não poderão se candidatar outra vez, advertiu o governo na sexta-feira.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil