‘Temos fôlego para aquisições e também para disputar leilões’
Com baixo endividamento, a Taesa, transmissora de eletricidade que tem a Cemig e a colombiana Isa como acionistas, está pronta para crescer, seja por aquisições ou pela disputa em leilões, afirma Marco Antônio Resende Faria, presidente da companhia. A empresa está em compasso de espera, acompanhando de perto o processo de venda dos ativos da Eletrobrás – que anunciou que espera levantar cerca de R$ 5 bilhões ao se desfazer de fatias minoritárias em linhas de transmissão e usinas eólicas.
Dona de 34 concessões no País, a Taesa avalia ainda ativos da espanhola Abengoa, em recuperação judicial no Brasil e na Espanha, e as regras dos leilões em que o governo oferece- rá novas concessões para a construção de linhas de energia.
Que ativos da Eletrobrás fazem sentido para a Taesa?
Dos 71 ativos que a Eletrobrás deve colocar à venda, 31 são de transmissão. Entre esses, a Taesa é sócia de cinco deles, em Mato Grosso, Minas Gerais e Santa Catarina. O fato de termos participação facilita um eventual negócio. Se tivermos direito de preferência, vamos exercer. Mas estamos esperando as regras.
Vocês só teriam interesse nos ativos em que já são sócios?
Não. Nós dividimos os ativos que a Eletrobrás está disposta a vender em três categorias. Há esses em que somos parceiros, há aqueles em que outros sócios da Eletrobrás devem ter interesse em comprar a parte da empresa e ainda os ativos em que o parceiro da companhia não é comprador. Esses também são alvo de nosso interesse.
Vocês estão avaliando outras oportunidades de aquisição?
Os ativos da Abengoa, que devem ser oferecidos por meio de um leilão dentro da recuperação judicial da companhia, também são uma oportunidade. Mas só nos interessa ativos já construídos, não em construção. Além do baixo endividamento, temos a nosso favor a presença nacional, o que nos permite olhar ativos em boa parte do País.
E sobre os leilões?
Temos fôlego tanto para aquisições quanto para os leilões. A estimativa é que o governo brasileiro licite mais de R$ 25 bilhões em transmissão de energia até 2018. Queremos ser atuantes nas disputas. O momento é positivo porque, como as concessões que conseguimos são recentes e estão em fase de licenciamento, só teremos uma necessidade de caixa maior mais pra frente.
Com 32% do capital da Taesa, a Cemig também deve vender parte de sua fatia na companhia.
Sobre acionistas nós não podemos falar.