A educação como caminho para um mundo melhor
Ex-ministro Roberto Rodrigues escolheu a docência como propósito de vida; contribuição do homenageado ao agronegócio foi destacada
Há mais de duas décadas, o Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE) e o jornal O
Estado de S. Paulo celebram o Dia do Professor com a escolha de uma personalidade com carreira de destaque na área da educação. A 21ª edição do Prêmio Professor Emérito – Troféu Guerreiro da Educação - Ruy Mesquita, realizada no Teatro CIEE, no último dia 17, homenageou a carreira do professor, ex-ministro e colunista do Estadão Roberto Rodrigues.
Luiz Gonzaga Bertelli, presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História, abriu a cerimônia com números pouco animadores sobre a educação no País: apenas 1/3 dos brasileiros completou o ensino médio e cerca de 3 milhões de pessoas acima dos 15 anos não sabem ler e escrever.
Bertelli lembrou o surgimento da premiação e uma frase marcante do jornalista Ruy Mesquita (19252013): “A educação é questão de sobrevivência dos povos”. Por essa razão, ele acrescentou, é urgente “preparar o jovem estudante do ensino médio e superior à nova realidade da economia globalizada em um mundo cada vez mais sem fronteiras”.
O presidente do Conselho de Admnistração do CIEE também destacou o papel proeminente de Rodrigues como uma atuante liderança na formulação e realização de políticas setoriais que transformaram o agronegócio em uma atividade relevante na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“Roberto Rodrigues foi um dos mais notáveis ministros da Agricultura de todos os tempos no Brasil. Ele foi escolhido por unanimidade para essa láurea”
Diretor de Jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto, representando o diretorpresidente Francisco Mesqui- ta Neto, destacou a importância da educação no desenvolvimento e na construção de um pais mais justo e moderno: “Para nós, essa premiação é da maior relevância. É um marco do comprometimento do Grupo Estado com a educação. Nós temos certeza que este é um dos passos fundamentais para o País voltar a olhar para o futuro com mais otimismo.”
Manhã de homenagens. Antes de passar a palavra ao embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero, Antonio Jacinto Caleiro Palma, presidente emérito do CIEE e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembrou a professora Heley Abreu Batista, morta no início do mês no ataque à creche Gente Inocente em Janaúba, Minas Gerais, e fez um apelo para que todos lutem por reconhecimento e melhores condições de trabalho para os educadores.
Professor Emérito no ano passado, Ricupero destacou a nobreza dos que se dedicam às exigências da carreira, o esforço em transmitir conhecimento aos mais jovens e a diversidade das áreas de atuação dos premiados que receberam o troféu nos anos anteriores. “Percorrendo com os olhos a lista dos homenageados, cha-
mava atenção a ausência da atividade que, mais do que outra qualquer, definia nosso país: a agricultura em lato sensu.” Para ele, Roberto Rodrigues preenche essa lacuna de maneira brilhante.
Rodrigues foi descrito pelos colegas como pessoa de currículo praticamente ines- gotável, com conhecimento prático da área em que atua e um insuspeito talento para a música, o violão.
“Homem de vistas amplas, sensível às exigências do meio ambiente, encarna o melhor do melhor. Não só da agropecuária, mas do Brasil”, elogiou Ricupero.
Prazer e convicção. Ao aceitar o prêmio, Rodrigues agradeceu a homenagem e afirmou ter ficado muito honrado: “Receber um prêmio como este é totalmente inesperado e muito acima das minhas capacidades. Ensino por convicção e prazer. É com alegria que tento apren- der para ensinar”.
O homenageado contou aos presentes que o magistério surgiu em sua vida com a vontade de construir um mundo melhor. “Cheguei à conclusão que a única forma de um agrônomo de Guariba contribuir para o bem seria ensinar tudo o que sabia para o maior número de pessoas possível.”
Rodrigues finalizou seu agradecimento falando do papel do agronegócio brasileiro para a manutenção da paz da global. “Onde há fome, não há paz”, disse. “Tenho imensa vontade de viver e trabalhar até o fim da vida”, completou.