Um ensino mais amigável
De há muito se discute a qualidade do ensino no Brasil e a evasão estudantil, não raramente comparando nossas estatísticas com as de outros países, deixando-nos expostos a uma situação vergonhosa. Muitos educadores e estudiosos do assunto buscam explicações para o fenômeno, abordando os mais variados aspectos, passando por questões socioeconômicas, geográfi- cas, históricas e antropológicas.
Pretendemos inserir nesse debate uma visão diferenciada que deveria se somar às demais, visto ser o assunto complexo e que certamente conta com mais de uma explicação. Trata-se da inserção de mais questões práticas no currículo escolar, mesclando-as com a teoria tão necessária, mas que deveria ser reformatada para ganhar uma apresentação mais amigável.
Isso mesmo, mais amigável. É assim que o jovem atualmente define aquilo que é agradável, fácil de aprender, que estimula e atrai. Há anos, a academia se opõe a vários movimentos, dentro das próprias escolas, no sentido de aproximar o estudante da prática de sua profissão, expondo-o às situações profissionais que vivenciará no futuro. O argumento é que na escola se estuda a teoria, os movimentos acadêmicos e que a prática deverá ser buscada somente mais tarde, ao longo dos anos de trabalho, e talvez nem deva ser buscada, devendo o estudante continuar dedicado aos estudos teóricos em atividades acadêmicas.
Como consequência dessa visão as aulas são muitas vezes enfadonhas com os professores preferindo exibir seus conhecimentos so- bre o tema sem muita preocupação de como aquilo está impactando o aluno. Sem fazer juízo de valor sobre professores, escolas ou a academia, nosso propósito é apenas chamar atenção para o tema e propor que se faça um ensino mais amigável, mais próximo dos interesses dos alunos, usando métodos pedagógicos e tecnologias mais eficientes para a escola mais atraente e estimulante para o jovem, evitando-se a evasão.