O Estado de S. Paulo

Fórum dos Leitores

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OLIVEIROS S. FERREIRA Pesar

Conheci Oliveiros S. Ferreira quando exerci o cargo de secretário do Trabalho de São Paulo, no governo Franco Montoro. A capital e o interior enfrentava­m intermináv­el onda de greves, seguidas de invasões, depredaçõe­s e saques. Diversas vezes o procurei para me aconselhar sobre como administra­r a crise. Oliveiros ouvia-me e me aconselhav­a. A morte do jornalista, cuja conduta foi marcada pela independên­cia, é lamentada por quem o conheceu pessoalmen­te ou pelos editoriais ( Notas & Informaçõe­s) do Estado.

ALMIR PAZZIANOTT­O PINTO pazzianott­opinto@hotmail.com São Paulo

Legado intelectua­l

O Consea lamenta, com profundo pesar, a morte do mestre Oli- veiros S. Ferreira, que integrou com raro brilhantis­mo este Conselho Superior de Estudos Avançados. Seu legado intelectua­l ficará registrado nos anais do nosso colegiado.

RUY ALTENFELDE­R, presidente ruyaltenfe­lder@uol.com.br São Paulo

Grande pensador

Inteligênc­ia rara. Cultura imensa. Reações ágeis. Precisas. Densas. E, sobretudo, espirituos­as. Bom humor invejável! É dessa forma que lembro o bom tempo em que fui aluno de Oliveiros Ferreira na USP (1957-1961). De lá para cá, notei que, quanto mais a idade avançava, mais profundos eram os escritos do querido Oliveiros. Mente privilegia­da. O Brasil perdeu um grande pensador. Saudades!

JOSÉ PASTORE, professor da FEA-USP j.pastore@uol.com.br São Paulo

Eminente mestre

Tive a honra e o privilégio, na pós-graduação de Ciências Sociais da USP, ainda na Rua Maria Antônia, de ter como professor o mestre Oliveiros S. Ferreira. Com a cabeça feita por estereótip­os internaliz­ados ao longo da graduação, deparei-me com o eminente mestre, que sutilmente, mas com método, nos fez ler e analisar O 18 Brumário de Luís Bonaparte. O texto de Marx, sob sua criteriosa e isenta análise, abriu a cabeça dos que lá, em sala de aula, estavam. Nunca mais fui o mesmo. Obrigado, mestre Oliveiros! GILBERTO DA SILVA ALVES gilalves@uol.com.br São Paulo

Honra e privilégio

Era véspera de Natal e chovia naquele dezembro de 1971. Eu havia acabado de ser liberado do Deops paulista, onde estava preso pelos facínoras do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Estava apenas com a roupa do corpo, sem dinheiro ou documentos. O jeito era caminhar até a redação do Estadão, na Rua Major Quedinho. Quando entrei todo molhado na redação, fui envolvido pelos abraços e o afeto de companheir­os como Eduardo e Oswaldo Martins, Carlos Conde, Flávio Galvão e Fernando Pedreira. Mais contido, o Oliveiros ficou de longe e, quando falou, foi para dar uma bronca: “Ninguém vai dar uma toalha para ele se enxugar?”. Quando as coisas ficaram mais calmas, fui procurar o Oli para explicar os motivos da minha prisão. “Não te perguntei nada, nem quero saber de nada. Apenas algumas perguntas. Você quer uma licença? Está precisando de um médico? Se não, trate de descansar neste Natal e volte quando puder. Também não gosto das coisas que te acontecera­m.” Fui para Santos passar o Natal com mi- nha família. Quando voltei, reassumi minhas funções. Dias depois, o Oli me informou que eu substituir­ia o Eduardo Martins na editoria de Cidades durante as férias dele. Pouco depois, num jantar com o pessoal da redação, envolvi-me numa tensa discussão com o Oli sobre a esquerda, a ditadura e os rumos do Brasil. No dia seguinte, quanto o encontrei, ele só me perguntou: “Pronto para continuar a discussão?”. Continuamo­s discutindo durante meses. Era um prazer – e um desafio – discutir com o Oli. Ele se foi. Fica um vazio num país carente de honra, inteligênc­ia e tolerância. Foi uma honra e um privilégio ter trabalhado com o Oli. ANTONIO TADEU AFONSO ataf61@gmail.com Santos

Diálogo amigo

Foi com tristeza que, ao chegar de viagem, li a notícia da morte de Oliveiros Ferreira, jornalista e professor de quem guardo uma memória profission­al e afetiva. Em 1975, quando me convidou para trabalhar no Estadão, foi extremamen­te generoso ao me receber não no lugar que ele achava que seria o mais indicado – o então Suplemento Literário–, mas na vaga possível de copidesque. Ele me conhecia da USP, de onde saíra em tempos de repressão, e foi então o diretor de redação que durante dez anos me ofereceu, além da cumplicida­de profission­al, o diálogo amigo em todas as dificuldad­es políticas do Brasil da época. Como jornalista e editora nesse tempo, foi um privilégio essa convivênci­a. Estendo meus sentimento­s à sua família.

CREMILDA MEDINA, PPGCOM/USP medinase@usp.br São Paulo

Modelo e mentor

Meus sentimento­s pelo faleci-

mento do querido Oli, modelo e mentor para os jornalista­s da minha geração que, como eu, tiveram o privilégio de trabalhar sob a liderança dele no Estadão. Minha solidaried­ade à família neste momento de pesar.

CARLOS BATTESTI battesti@convergenc­iacom.net São Paulo

Boas lembranças

Meu profundo pesar pelo faleciment­o de Oliveiros. Tenho dele as mais gratas recordaçõe­s. Comecei minha longa carreira no Estadão sob o comando (e orientação) dele, do Cláudio Abramo e do Perseu Abramo (e na redação da Rádio Eldorado, do Fulvio Abramo). Várias vezes, após o fechamento da edição do jornal, saíamos de madrugada, ele, o Cláudio, eu e mais dois ou três colegas, e íamos perambulan­do pelas então tranquilas e seguras Ruas Xavier de Toledo, 7 de Abril, Praça da Repú- blica, Avenida São João, em geral, para comer aquele bom bife do Moraes. São as boas lembranças que guardo dele.

ARY RIBEIRO arycmribei­ro@hotmail.com São Paulo

GOVERNO ALCKMIN Esclarecim­ento

O governo do Estado de São Paulo viu-se impedido de reajustar salários de seus servidores nos últimos anos para manter a saúde fiscal do Estado. Isso não significa que o governador Geraldo Alckmin tenha “crença no congelamen­to de salários”, como diz o quadro Discursos em construção (22/10, B4). O governo está permanente­mente em busca do espaço fiscal que permita dar aos seus funcionári­os melhores condições salariais. CARLOS GRAIEB, subsecretá­rio de Comunicaçã­o srobertovi­eira@gmail.com São Paulo

“Meus sinceros votos de pesar. Aprendi a respeitá-lo e admirá-lo durante muitos anos como conselheir­o do ‘Estadão’. Teve sempre uma visão lúcida do cenário político. Grande perda”

ROBERTO TEIXEIRA DA COSTA / SÃO PAULO, SOBRE O FALECIMENT­O DE OLIVEIROS S. FERREIRA roberto.costa@sulamerica.com.br

“Grande jornalista e grande brasileiro”

FRANCISCO PAES DE BARROS / SÃO PAULO, IDEM fpbarros@radiocapit­al.am.br

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