Empresa pode ser responsabilizada, diz delegada
A Polícia Civil vai apurar a responsabilidade da empresa espanhola que levava a turista ontem na Rocinha. A companhia, que não teve o nome divulgado, contratou uma locadora de carros.
Segundo a delegada Valéria Aragão, da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo, os turistas sabiam que visitariam uma favela, mas interpretaram que, estando “pacificada”, não havia riscos. “Eles viram policiais militares circulando e conversando, e isso acabou tendo efeito contrário: acharam que era um sinal de tranquilidade”, disse. Segundo ela, quando ouviram os tiros, a reação foi tentar sair do local e acelerar o veículo.
Guias ouvidos pelo Estado disseram que ontem não era um dia recomendado para a visita de turistas ao morro. Eles acreditam que não tenha havido contato da agência com profissionais locais, e avaliam que o motorista e a guia provavelmente não estavam cientes da insegurança.
"Trabalhamos com guias locais e um passa informação ao outro. Ninguém local desobedeceria a uma ordem da PM para parar. Trabalho com isso há três anos e nunca tive problema", contou Roberto Júnior, coordenador do Favela Walking Tour. Já outro guia, que não quis se identificar, relatou que, desde o início dos conflitos na favela, PMs fazem avaliação de risco de tiroteio, e orientam as empresas a levar ou não visitantes para o morro. /