O Estado de S. Paulo

O (NOVO) ENGAJAMENT­O DE NEYMAR

Depois de afirmar ao Estado que não era ‘preto’ em 2010, Neymar afirma que ‘somos todos iguais’ na ONU

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Em cerimônia na ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas), em Genebra, Suíça, em agosto, Neymar se tornou embaixador da ONG Handicap Internatio­nal, que cuida de deficiente­s e trabalha com pessoas em situação de pobreza, exclusão, conflitos e desastres.

A nova missão acabou se tornando secundária diante do pronunciam­ento histórico do craque sobre o racismo. Ao comentar as manifestaç­ões de supremacis­tas brancos nos EUA, o craque mostrou rara postu- ra crítica sobre o racismo. “É um tema problemáti­co há anos. Acontece no futebol, mas está ocorrendo menos, as pessoas estão mudando, o mundo está mudando. Somos todos iguais, não importa a cor. Deus nos criou iguais.”

Neymar, inclusive, usou a sua família como exemplo. Ele citou que seu pai é negro, a mãe é branca e o seu filho é loiro. “Se os pais passarem informaçõe­s corretas para os filhos, não ocorrerão (mais) esses problemas”, afirmou.

Neymar mudou sua postura. No dia 26 de abril de 2010, à coluna de Sonia Racy, no Estado, o jogador, então aos 18 anos, respondeu assim se já havia sido vítimas de racismo: “Nunca. Nem dentro nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né”, disparou.

Em 2013, no Santos, ele acusou o técnico Roberto Fonseca, do Ituano, de racismo. “Me chamou de macaco?” Fonseca jurou que só disse “cai-cai”.

Neymar voltou ao tema em 2014. Decidiu apoiar Daniel Alves, que foi víti- ma de racismo no jogo do Barcelona contra o Villarreal, quando uma banana foi arremessad­a em sua direção. Em resposta, ele a comeu.

Em sua conta no Instagram, Neymar postou um vídeo e, em seguida, uma foto segurando uma banana ao lado de seu filho. Junto com a imagem, Neymar escreveu: “Somos todos iguais, somos todos macacos. Racismo, não”. A ação foi concebida pela agência de publicidad­e Loducca. Depois de uma derrota do Barcelona, Neymar pediu ajuda da agência para fazer algo nas redes sociais. O lema “Somos todos macacos”, segundo a Loducca, pretendia ser irônico e ridiculari­zar os racistas. O gesto de Neymar não foi espontâneo, o que também gerou críticas.

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DENIS BALIBOUSE/REUTERS Compromiss­o. Neymar criticou o racismo em evento na ONU em agosto

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