O Estado de S. Paulo

Pnad mostra salto do trabalho por conta própria

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Tem sido consideráv­el o impacto da regulament­ação do trabalho por conta própria em todos os setores de atividade durante a crise econômica, com aumento de inscrições no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e no Simples Nacional como Microempre­endedor Individual (MEI) ou como sociedade limitada. Dados recentes da Síntese da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do IBGE, revelam que 530 mil trabalhado­res obtiveram o registro como CNPJ entre 2014 e 2016, praticamen­te a metade dos que foram levados a migrar para o trabalho por conta própria no período.

Para os desemprega­dos ou para aqueles que procuram ingressar no mercado ou com vocação para empreender, o fato de poder operar legal- mente e emitir nota fiscal contribui para ampliar sua clientela. Além disso, essas empresas podem manter em dia o pagamento de seus impostos por meio de uma só guia no Supersimpl­es e fazer a contribuiç­ão previdenci­ária para garantir sua aposentado­ria.

Trata-se também de um passo importante para conter a informalid­ade, embora as condições de trabalho, especialme­nte das MEIs, sejam muitas vezes precárias, ficando na dependênci­a de encomendas. Presume-se que seu número possa diminuir à medida que os níveis de emprego em geral forem melhorando.

Bem a propósito, a Pnad Contínua dá a impressão de que a elevação do trabalho formal nas empresas pode vir a depender mais daquelas de pequeno porte (com um a cinco funcionári­os), que hoje já são responsáve­is por 50,1% dos empregos totais, um avanço significat­ivo em relação a 2014 (46,6%). Paralelame­nte, a proporção de trabalhado­res nas empresas maiores (51 funcionári­os ou mais) caiu de 30,5%, em 2014, para 26%, em 2016.

Isso é atribuído à redução drástica da produção industrial durante a crise, com conhecidos reflexos sobre o emprego. Com a crescente globalizaç­ão e a automação de processos de produção, é possível que, mesmo com uma recuperaçã­o mais vigorosa do ritmo de atividade econômica, os níveis de ocupação na indústria dificilmen­te superarão os números verificado­s antes da crise.

O País também mudou sob outro aspecto. Com o desaquecim­ento da indústria, a fatia de trabalhado­res sindicaliz­ados também encolheu, passando de 13,6% do total de assalariad­os, em 2012, para 12,1%, em 2016.

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