O Estado de S. Paulo

Estoque de dívida pública sobe em setembro

- Lorenna Rodrigues Eduardo Rodrigues/ BRASÍLIA

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,79% em setembro, para R$ 3,43 trilhões, alta de R$ 26 bilhões em relação a agosto. O aumento só não foi maior devido à antecipaçã­o do pagamento de parte da dívida do Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro.

Do total de R$ 33 bilhões pagos pelo banco no mês passado, R$ 15,3 bilhões foram em títulos, principalm­ente papéis com taxa pré-fixada. O cancelamen­to desses títulos reduziu estoque da dívida pública na mesma proporção. O restante foi pago pelo BNDES em espécie. Há a previsão de o banco devolver mais R$ 17 bilhões até 15 de novembro.

De acordo com o coordenado­r-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, a devolução dos recursos pelo BNDES não afetará a gestão da dívida e a expectativ­a é de que todos os indicadore­s, como tamanho do estoque e composição dos pa- péis, encerrem o ano dentro do intervalo do Plano Anual de Financiame­nto (PAF).

“Esses valores pagos pelo BNDES não são significat­ivos dentro do volume total da dívida. A programaçã­o de emissões até o fim do ano absorve esse efeito”, completou. O PAF de 2017 prevê que o estoque da dívida pública fique entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões no fim do ano.

Em setembro, a correção de juros no estoque da Dívida Pública Federal foi de R$ 27,15 bilhões. No mês passado, os resgates superaram as emissões de papéis em R$ 319,40 milhões.

Estrangeir­os. Entre dezembro de 2016 e setembro deste ano, a participaç­ão de não residentes no País no estoque da dívida interna caiu de 14,33% para 12,57%. Nesse período, o volume de títulos em poder de estrangeir­os re- cuou cerca R$ 10 bilhões.

Segundo Secunho, a queda ocorre porque esses investidor­es compraram papéis que pagam taxas de juros mais altas que as de agora. “O importante é que essa saída é organizada, com essa diferença sendo absorvida por outros grupos, como os Fundos de Previdênci­a, que estão crescendo. Por isso, é importante haver uma base de investidor­es diversific­ada, para que isso não gere grande volatilida­de”, disse.

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