Edifícios Inteligentes e seus benefícios
Tempos mais conscientes sobre a fragilidade da natureza pedem avanços e esforços conjuntos, principalmente no setor de construção. O conceito de edifícios inteligentes é um dos mais recentes que se refere a edificações comprometidas com o meio ambiente de algum modo, seja com a otimização de seus sistemas ou com qualquer ação que ajude a diminuir o desperdício de recursos.
Uma das instituições que certificam edifícios construídos seguindo rigorosos padrões de eficiência e qualidade é a U.S. Green Building Council, ela emite o certificado Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). Dentre as edificações brasileiras com essa certificação, estão o Eldorado Bussiness Tower e a Torre Santander, ambos em São Paulo. O primeiro edifício da América Latina a receber o certificado Platinum foi o Eldorado. Com vidros verdes, o delicado material aproveita até 70% da luz natural enquanto retém 28% do calor que incide sobre a superfície. Ele gera uma economia dupla de energia elétrica, tanto na diminuição da luz artificial durante o dia quanto no uso de ar-condicionado. Os elevadores contêm um dínamo interno que reaproveita a energia gerada nas subidas e descidas da torre, economizando pela metade o seu gasto com eletricidade. Já a água utilizada na decoração do edifício e nos banheiros vem da chuva e aparelhos de ar condicionado, passando por tratamento e sendo reutilizada no próprio prédio. Já a Torre Santander, além de contar com o vidro verde, sistemas de captação e aproveitamento da água da chuva e drenagem dos ar-condicionado, possui um controle de emissão de gás carbônico supervisionado por um sistema de alta tecnologia que otimiza o uso de recursos dentro da edificação. O lixo orgânico é tratado por um fornecedor terceirizado e o resíduo se transforma em adubo para as plantas e jardins.
O Sapphire em Berlim é mais um espetacular exemplo de edifício inteligente. Primeiro projeto residencial do arquiteto mundialmente renomado Daniel Libeskind, ele é revestido de ladrilhos de gesso geométrico e camada de dióxido de titânio, que quebra a sujeira quando exposto aos raios solares UV, tornando a fachada autolimpante. Esse revestimento, produzido pela TOTO, também purifica o ar quando exposto à luz natural. O empreendimento é revestido com 3.600 unidades do material italiano da Casalgrande Padana, em sua maioria feita sob medida. Mais um modelo inteligente internacional é o Taipei Financial Center, co- nhecido como Taipei 101 referente à quantidade de andares que possui. O edifício comporta um total de 3400 dispositivos de controle que são responsáveis por desligar automaticamente aparelhos de ar condicionado quando os ambientes estão vazios. Em comparação com um prédio convencional de mesmo porte, o Taipei 101 gera uma economia real de aproximadamente 700 mil dólares por ano, e também é detentor da certificação Leed.
O aumento da eficiência dos recursos empregados nos edifícios e a redução dos impactos ambientais é um sonho possível. Para que os recursos avançados de tecnologia e manutenção sejam uma realidade próxima e mais utilizada, é preciso que exista um estreitamento ainda maior das relações público-privadas. As tecnologias similares possuem alta carga tributária e faltam incentivos fiscais que ajudem a diminuir o tempo de retorno financeiro sobre esses investimentos. No final de tudo quem acaba pagando toda esta conta é o consumidor. A responsabilidade por construir um mundo melhor está nas mãos de todos e a construção civil tem papel fundamental nessa missão.
Para que os recursos avançados de tecnologia e manutenção sejam uma realidade próxima e mais utilizada, é preciso que exista um estreitamento ainda maior das relações público-privadas.